Os alunos de 2º e 3º Ciclo do Colégio Bernardette Romeira, em Olhão, visitaram, nos dias 18 e 19 de outubro, a Mina de Sal-Gema em Loulé, uma mina subterrânea com mais de 45 quilómetros a 230 metros de profundidade.
Os alunos viveram um experiência inesquecível, sob a orientação dos guias das minas, e ficaram a conhecer os antigos e novos processos de mineração, a importância e utilização do sal-gema ao longo dos tempos, e as inúmeras galerias que compõem a única mina visitável em Portugal debaixo do nível do mar.
Sobre a Mina de Sal-Gema de Loule
A mina de Sal-Gema é a única das minas subterrâneas ativas, em Portugal, que é visitável, embora lavrando a 230 metros de profundidade, i.e. a 30 metros abaixo do nível médio das águas do mar.
“A exploração dos sais de cloreto de sódio iniciou-se na segunda metade do século XX, sendo hoje constituída por cerca de 40 quilómetros de galerias subterrâneas”, explica o Geoparque Algarvensis.
Estes sais, como outros sais e minerais de precipitação, resultam da evaporação de água salgada em ambientes marinhos quentes e relativamente pouco profundos, que se formaram durante o início do regime tectónico distensivo, associado à fracturação da Pangeia e posterior abertura do Oceano Atlântico. Assim, durante o Triásico superior-Jurássico inferior, depositaram-se as sequências evaporíticas de sal-gema (Halite), anidrite e gesso, com intercalações de argila e de material Vulcano-sedimentar.
Posteriormente, a pressão exercida sobre as camadas de sal pelas rochas carbonatadas que se depositaram a seguir, bem como as movimentações tectónicas, levaram a uma lenta deslocação do sal em direção à superfície, chegando a formar verdadeiros domos de sal no meio das rochas encaixantes.
A estes domos dá-se o nome de diápiro e é graças à existência de um desses diápiros de sal por baixo da Cidade de Loulé, que esta mina se pode desenvolver.