Alguns alunos que estiveram mais tempo sem professores a uma ou mais disciplinas poderão ter aulas de compensação já neste terceiro período. A ideia é que nas colocações que se realizam todas as semanas – para suprir baixas e reformas que acontecem ao longo de todo o ano letivo – os professores que venham a ser colocados com horários incompletos possam completá-los assegurando apoios aos alunos e aulas extra para os que foram mais prejudicados pela escassez de docentes.
Esta possibilidade de completar os horários desta forma – e assim tornar a remuneração mais atrativa – vai ser aplicada para já nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, aquelas onde o problema da falta de professores é mais sentido, anunciou o ministro da Educação, João Costa, esta quarta-feira, após um primeiro encontro com as 12 organizações sindicais de professores. No próximo ano, poderá estender-se a todas as regiões do país.
Outra das medidas anunciadas pelo ministro prende-se com a possibilidade que vai ser dada a todos os professores que estão neste momento impedidos de concorrer, por terem já recusado algum horário que não lhes era conveniente, de voltarem a integrar as listas. Segundo a tutela, são cinco mil que estão nesta situação e que podem agora voltar a aceitar horários que sejam comunicados pelas escolas.
O ministro confia que os horários que ainda estão a surgir serão agora mais atrativos, precisamente por causa da possibilidade de serem ‘transformados’ em horários completos. A maioria das vezes não são e é isso que justifica que não compense a um professor do Norte vir dar aulas para uma escola em Lisboa, por exemplo.
Mas o problema da falta de professores vai também precisar de medidas de médio prazo, reconheceu João Costa. Um estudo realizado por investigadores da Nova SBE estima que até 2030 seja necessário recrutar 34 mil novos professores.
As negociações com os professores servirão precisamente para rever as condições de atração para a carreira e também as habilitações necessárias a quem dá aulas. No programa do Governo está prevista uma vinculação mais rápida aos quadros de escola e a recuperação dos estágios pedagógicos remunerações no final do curso superior.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL