Durante três noites, o festival, de entrada gratuita, apresenta no Teatro Lethes três filmes sobre a temática dos oceanos, um dos quais em estreia: o documentário “From Culatra”, da realizadora Ana Monteiro, que encerra o festival, no sábado.
Para além da exibição dos filmes, o festival, organizado pela Sciaena, organização não governamental portuguesa de conservação marinha, inclui sessões de debate com especialistas e os realizadores, incentivando à participação do público.
A primeira sessão está prevista para as 21:00 de quinta-feira, com a exibição do filme norte-americano “Picture a Scientist”, de Sharon Shattuck e Ian Cheney, que se debruça sobre o percurso da mulher na ciência nas últimas décadas, abordando as desigualdades e pressões de que as mulheres são alvo.
“É um momento de confronto com uma realidade que permaneceu escondida durante largas décadas, que teremos a oportunidade de discutir, após o filme, com a investigadora Lisa Borges, especialista em ciência pesqueira há mais de 25 anos”, lê-se numa nota da organização.
No segundo dia do festival, a escolha do filme recaiu sobre o Cineclube de Faro, que apresenta “Se o Mar Deixar”, de Luís Alves de Matos, “um cruzamento do olhar de um homem vindo da cidade sobre um homem do mar que habita uma aldeia piscatória”, numa sessão que contará com a presença do realizador.
O Scianema encerra no sábado, numa noite dedicada à Ria Formosa, com a exibição de dois documentários: “Cavalos de Guerra”, de João Rodrigues, e “From Culatra”, de Ana Monteiro, que pela primeira vez é apresentado ao público, numa sessão que conta com a presença dos realizadores.
O documentário transmite “uma perspetiva única da ilha da Culatra e do dia-a-dia da sua comunidade, a forma como evoluiu e como pretende evoluir”, sublinha a organização, que refere que este é o único festival de cinema ambiental exclusivamente dedicado ao oceano em Portugal.
Citado na nota, Nicolas Blanc, da Sciaena, observa que tem sido um “desafio” nos últimos dois anos dar continuidade aos eventos desta associação direcionados para o público, pelo que tem “um enorme orgulho em poder voltar ao mundo físico”.
“É natural que tenha havido uma ligeira desconexão do público relativamente à natureza e ao oceano, tendo em conta as enormes adversidades que temos atravessado, mas é de uma importância enorme partilhar estes filmes, que nos mostram a beleza do oceano, mas também as ameaças que enfrenta, e o que podemos fazer enquanto indivíduos, mas sobretudo enquanto sociedade para limitar os nossos impactos e recuperar a saúde dos nossos mares”, concluiu.
Para além do Teatro Lethes e do Cineclube de Faro, esta edição conta com a parceria da Associação Recreativa e Cultural de Músicos, o Centro de Ciências do Mar, o Centro de Investigação Marinha e Ambiental, o Erasmus Student Network Algarve, o Município de Faro, a Sociedade Recreativa Artística Farense e a RUA FM.