Sejam feitos de cortiça, de pedra do mar, de sal, sejam gigantes ou tradicionais, no Algarve há presépios para todos os gostos. As corporações de Bombeiros são, por norma, dinamizadoras desta arte na região e todos os anos, um pouco por todos os concelhos, os quartéis abrem expõe à comunidade uma recriação histórica, mais ou menos pormenorizada, do que se sabe acerca da noite do nascimento de Jesus Cristo.
Existem ainda os presépios vivos, a maioria promovidos pelas autarquias e interpretados pelos cidadãos, como é o caso de Castro Marim, os tradicionais algarvios dispostos num altar com searinhas, laranjas e o menino Jesus no topo, ainda muito comuns nos meios mais rurais e com direito a uma Rota em São Brás de Alportel.
E por fim, todos os anos se ouve falar naquele que tem colocado o Algarve nas bocas do país por ser o maior e mais completo da região, o presépio gigante de Vila Real de Santo António, exposto anualmente no Centro Cultural António Aleixo.
Construído há cerca de nove anos por Teresa Marques e Augusto Rosa, este presépio gigante não se baseia apenas numa recriação de época, apesar de os detalhes desta noite santa estarem todos minuciosamente colocados. Neste presépio há particularidades locais como as salinas, uma palhota de Monte Gordo, ou o castelo de Castro Marim. É um presépio onde se encontra um pouco de tudo e que em menos de uma década aumentou mais de metade do seu tamanho inicial, que se centrava nos 90 metros quadrados.
Actualmente, com 220 metros quadrados o presépio exposto no centro da cidade vila-realense é o “maior projecto pessoal” de Teresa Marques. Ao POSTAL, a funcionária autárquica garante que nunca pensou fazer algo “desta envergadura”.
“Isto tudo começou ajudando a uma outra pessoa que fazia o presépio aqui, quando essa pessoa deixou de o fazer a Câmara propôs, a mim e ao meu marido, que continuássemos e nós avançámos. Agora é nosso há cerca de nove anos”, lembrou a artista.
O segredo do sucesso do presépio gigante de VRSA é fazer sempre ‘mais e melhor’
O segredo do sucesso está, assegura Teresa Marques, “no facto de se querer sempre fazer mais e melhor”. “Este ano, por exemplo, não acrescentámos tamanho mas melhorámos muitos pormenores”, explicou a funcionária do Centro Cultural António Aleixo.
O investimento, que já ronda os 30 mil euros, é suportado por Teresa Marques e pelo marido, Augusto Rosa. “Não há ajudas e o dinheiro que cobramos à entrada, em parte, segue para solidariedade e o que sobra é para investir no ano seguinte. Todos os anos isto dá despesa, porque mesmo que não se comprem peças há algumas que têm de se construir e há outras que precisam de ser melhoradas”, explicou a responsável pela exposição.
As entradas no presépio têm o valor simbólico de cinquenta cêntimos, verba que reverte a favor do Centro de Acolhimento Temporário “Gente Pequena” da Santa Casa da Misericórdia de VRSA, instituição que tem por finalidade o acolhimento de crianças e jovens, em situação de risco, dos 0 aos 18 anos.
O presépio gigante de VRSA está patente ao público até ao próximo dia 8 de Janeiro. Pode ser diariamente visitado das 10 às 13 e das 14.30 às 19 horas. No dia 1 de Janeiro estará aberto apenas durante o horário da tarde.
(Com Henrique Dias Freire)