Durante 10 dias, Olhão foi a capital da poesia. Com um “programa de excepção”, o II Encontro Internacional Poesia a Sul trouxe a vários espaços da cidade alguns dos melhores nesta área. Teresa Rita Lopes (Portugal), Chi Trung (Vietname), Vittoria È Natto (Chile), Maria Dolores Guadarrama (México) ou Manuel Moya (Espanha) são exemplos de nomes grandes da poesia mundial que passaram pela cidade cubista.
O evento, uma organização da Câmara de Olhão que teve como comissário o poeta Fernando Cabrita, levou a poesia e actividades culturais relacionadas a vários locais da cidade, descentralizando assim os locais onde se podia ouvir e/ou dizer poesia.
Este domingo, dia 30 de Outubro, a iniciativa, que “teve um grande salto em relação à primeira edição”, como realçaram o comissário do Encontro e o presidente da autarquia, António Pina, terminou da melhor forma, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, com a actuação do Grupo Coral da Confraria do Medronho de Monchique.
Para além da música, também a comissária do 365 Algarve, Dália Paulo, e a directora regional de Cultura do Algarve, Alexandra Gonçalves, acompanharam António Pina e Fernando Cabrita no encerramento, onde não faltaram palavras de regozijo pelo sucesso alcançado com esta segunda edição. “É já um evento consolidado, o que é extraordinário poder-se dizer na segunda edição de uma iniciativa”, referiu o autarca olhanense.
“Estes eventos não são para grandes massas, mas é muito importante que existam. Assim se mostra a diferença de um povo que faz questão de promover as suas raízes. Aqui os poetas tiveram oportunidade de partilhar a sua arte com outros”, destacou António Pina. “Este ano, com a passagem por diferentes locais, a cidade já se apercebeu deste acontecimento”, reforçou o autarca, enaltecendo o trabalho desenvolvido nestes 10 dias e prometendo nova organização para 2017. “Apoiar esta iniciativa é o mais fácil, mas só é possível que aconteça porque Fernando Cabrita, nascido em Olhão e poeta de renome, se dedica de corpo e alma a este festival”, destacou ainda o presidente da Câmara de Olhão.
Para Alexandra Gonçalves, que elogiou o evento, “a partilha de experiências de cultura, de poesia, dá-nos outra dimensão, outra grandiosidade e leva esta poesia do Sul a outros locais do globo”. Também Dália Paulo, do 365 Algarve, agradeceu a todos os poetas que marcaram presença na iniciativa. “365 pretende dizer que há vida todos os dias no Algarve, aqui todos os dias contam e isso aconteceu em Olhão”, realçou.
Para o comissário Fernando Cabrita, os 10 dias de trabalho intenso valeram a pena. “Olhão está cada vez mais presente na rota cultural e a cidade foi falada em vários países devido a este Encontro. Para além da imprensa local, regional e nacional, saíram notícias na imprensa espanhola, italiana, alemã, no facebook fala-se desta iniciativa todos os dias… Olhão e o Poesia a Sul estão a entrar no mapa das actividades culturais que se fazem no Sul da Europa”, destacou o poeta e advogado olhanense, acrescentando: “Há pessoas que estão a ficar incomodadas com o sucesso deste festival, o que é bom sinal”.
No encerramento do II Festival Internacional Poesia a Sul 2016 foram ainda entregues prémios aos alunos que participaram no Prémio Literário Escolar João Lúcio. Entre mais de duas dezenas de participantes, os vencedores, que receberam prémios monetários de 75, 100 e 200 euros, foram, respectivamente, Moira Premoli, Natacha Fernandes e Diogo Damásio.