Em outubro, a programação da associação “Folha de Medronho”, arranca este sábado, pelas 16:00, com um autêntico dois em um: lançamento do primeiro livro das Edições da Folha, “As Primas de Godot / Notas de uma Criação”, de Pedro Malaquias (com a presença do autor), e apresentação da performance “Cinzas de Falcão”, de Dério Quinto (São Tomé e Príncipe). Ambas as iniciativas cão decorrer na Casa Lefur, em Loulé (Rua António José de Almeida).
Com “As Primas de Godot / Notas de uma Criação”, a “folha de medronho” entra no campo editorial em exclusivo – já que é parceira da companhia Lendias d´Encantar / Beja nas edições “Novas Dramaturgias”. É uma obra, um livro-objecto, na qual se juntam fotos e material de divulgação, desenhos, estudos, um resumo dos processos criativos experienciados, para a peça “As Primas de Godot” (estreou em novembro de 2020, no Cineteatro Louletano).
Da ilha / país, São Tomé e Príncipe, e fruto de uma cumplicidade antiga de troca de experiências e concretização de projetos entre a “folha de medronho” e A Cacau (Casa das Artes, Criação, Ambientes e Utopias), o ator / performer Dério Quinto apresentará projeto “Cinzas de falcão”, uma viagem nostálgica às memórias da ilha.
Com este espectáculo, com início marcado para as 17:00, cumpre-se a sexta onda do festival Sete Ondas de (tanto) Mar, iniciativa que substitui este ano, devido à pandemia, o Tanto Mar – Festival Internacional de Artes Performativas de Loulé.
No dia 10, no Auditório do Solar da Música Nova, às 19:00, a “folha de medronho”, em co-produção com o Cine-Teatro Louletano, apresentará o mágico do saxofone, Cabrita.
João Cabrita é músico, compositor e director musical. Com uma carreira de mais de 30 anos, em colaborações com Sérgio Godinho, Dead Combo, The Legendary Tigerman, Sitiados, Cais Sodré Funk Connection. Em 2020 lançou o álbum “Cabrita”, uma obra, considerada o 6º melhor álbum de 2020 pelos leitores da Blitz, que conta com uma série de convidados ilustres, como Tó Trips (Dead Combo), Sam the Kid, Gui (Xutos & Pontapés) e Selma Uamusse, entre outros.
Em palco, e quebrando fronteiras entre o rock e o jazz, o projecto João Cabrita apresenta-se com quatro pujantes saxofones, onde para além do próprio João Cabrita, temos André Murraças, João Capinha e Gonçalo Prazeres. Na bateria é notório o pulso forte de Filipe Rocha, e nas teclas e guitarra, o talento do multi-instrumentista João Rato.
Os bilhtes para o espectáculo custam 5 euros e podem ser adquiridos aqui.
A 16 de outubro vai ser inaugurada a instalação “Multicanalcaveira/máquina de som”, na Associação Recreativa e Cultural de Músicos, em Faro, que pode ser vista até 21 de outubro, diariamente, das 19:00 – 21:00 (sob reserva prévia para o tel. 967 243 372)
Trata-se de um projecto de criação para uma experiência sensorial onde a audição é o sentido primordial, sendo os restantes – visão, paladar, tacto, olfacto – atenuados.
Na “máquina de som” são reproduzidos sons que vão do som imersivo, à cacofonia de um carrossel de feira psicadélico. Estes são criados e trabalhados antecipadamente por sound designers convidados. Sem restrições, todo o som é válido: da música ao ruído, do discurso ao silêncio, ou até ambientes (naturais ou não) imersivos, mas sempre no escuro – de olhos fechados.
Durantes poucos minutos o público assistente experimenta um estímulo auditivo num espaço privado de qualquer iluminação e onde não haverá quaisquer outros sons além daquele que sairá das colunas. Uma atracção de feira que soa a caixa de pandora. Nasce para servir e desafiar o público, mas também o criador que desafia os nossos sentidos e o uso que deles fazemos; que é eternamente renovável num rol que se quer infindável de compositores sónicos, de todas as coordenadas artísticas.
Este projecto foi criado e construído por Flávio Martins, é uma produção da “folha de medronho”, e tem o apoio da Câmara de Loulé, Direção Regional da Cultura do Algarve e Associação Recreativa e Cultural de Músicos, assim como de muitos outros cúmplices de jornada.