O Centro Expositivo da Fortaleza de Sagres abriu as portas ao público este domingo. O edifício alberga também um Centro de Arte Contemporânea.
O espaço propõe uma viagem à história da expansão portuguesa, nas suas diversas vertentes, nas mais e nas menos positivas.
A sessão de abertura aconteceu junto à primeira peça da exposição, a antiga porta da Fortaleza do século XVIII, com as intervenções de Adriana Freire Nogueira, diretora regional de Cultura do Algarve, e Rute Silva, presidente da Câmara Municipal de vila do Bispo.
Na sua intervenção, a diretora regional deu a conhecer os dois espaços – a exposição permanente e a galeria temporária – que enriquecem a oferta cultural da Fortaleza, mas principalmente da região.
A visita à exposição foi conduzida por Rui Parreira, coordenador científico, que apresentou as várias celas, que contam a história do território, da Fortaleza, das rotas comercias e do conhecimento do mundo, dos produtos, mas também dos desafios da expansão portuguesa.
Uma das celas é dedicada a “S. Vicente padroeiro tanto das Dioceses do Algarve como de Lisboa. Foi em Sagres que estiveram as relíquias do mártir, antes de terem sido levadas para Lisboa, acredita-se que a mando de D. Afonso Henriques”, explicou Rui Parreira na visita guiada.
D. Henrique está presente numa projeção dos Painéis de S. Vicente
Também o Infante D. Henrique está presente numa projeção dos Painéis de S. Vicente e na recriação do seu estúdio.
O coordenador científico contou “que apesar de ser ficcional, é muito plausível que o Infante tenha, de facto, trabalhado numa sala parecida” com aquela que os visitantes agora podem conhecer.
A temática do tráfico de seres humanos está presente numa das salas da exposição, onde está exposta a cópia de uma algema de escravos, emprestada pelo Museu de Lagos, e várias imagens que nos remetem para este tema.
A língua portuguesa, nos vários sotaques do país e nas várias latitudes, está presente nesta exposição, lembrando a sua universalidade. A exposição termina numa esfera, com a palavra “viagem” está à entrada, com a projeção de dois filmes, narrados pelo Vento, que descreve as viagens marítimas.
O artista plástico Manuel Baptista inaugurou a galeria dedicada à arte contemporânea, localizada no primeiro andar do edifício, com a exposição “Territórios Invisíveis”.
A curadoria é de Mirian Tavares e Pedro Cabral Santo, do Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC) da Universidade do Algarve.
O custo global do investimento rondou 1,5 milhões de euros, com uma comparticipação de cerca de um milhão de euros de fundos comunitários, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e dos programas de Intervenção Turística (PIT) e de Investimentos Públicos de Interesse Turístico para o Algarve (PIPITAL).
Estiveram presentes nesta sessão a deputada eleita pelo Algarve, Isabel Guerreiro, a presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, Rute Silva, o presidente da Assembleia Municipal de Vila do Bispo e também diretor da Fortaleza, Luciano Rafael, o presidente da CCDR, José Apolinário, o presidente da RTA, João Fernandes, a vereadora da Câmara Municipal de Lagos, Sara Coelho, a presidente da Junta de Freguesia de Budens, Ana Custódio, o presidente da Junta de Freguesia de Sagres, Clésio Ricardo, a presidente da Junta de Freguesia de Vila do Bispo e Raposeira, Marisa Dias, a diretora Municipal da autarquia de Loulé e ex-diretora regional de Cultura do Algarve, Dália Paulo, o presidente da Associação Portuguesa de Museologia (APOM), João Neto e outras entidades da região.