Está oficialmente aberta a segunda edição do evento “Arte Larga”, uma iniciativa do Município de Olhão, que teve como ponto alto deste primeiro dia a atribuição do nome de Maria Barroso ao Auditório Municipal da cidade.
No momento, marcaram presença os filhos da ex-Primeira Dama e de Mário Soares, Isabel e João Soares, que agradeceram ao presidente do município, António Miguel Pina, a homenagem da autarquia. A presidente da Fundação Mário Soares e Maria Barroso, Isabel Soares, anunciou que “o centenário do nascimento da mãe começará em Olhão”.
“Estamos tocados e comovidos com esta homenagem do Município e deste Executivo, a quem agradecemos na pessoa do seu presidente, António Miguel Pina”, disse esta sexta-feira o filho mais velho de Maria Barroso e Mário Soares, João Soares, após descerrar a placa que perpetua o nome da mãe, Maria Barroso, como patrona do Auditório Municipal de Olhão, que agora passa a chamar-se Auditório Municipal Maria Barroso. “É com a maior emoção que, em nome de toda a nossa família, vos digo Muito Obrigado!”, acrescentou João Soares.
Ao lado de João Soares, António Miguel Pina, destacou a “mulher do teatro, do cinema, ativista e política que foi Maria Barroso, um nome incontornável da cultura, da sociedade e da política nacionais, mas que sempre teve muito gosto e apreço por Olhão”. “Foi uma mulher de causas e uma cidadã ativa, que se distinguiu ao longo de décadas como uma lutadora pela liberdade e pela democracia”, referiu neste momento de homenagem o presidente do Município de Olhão, António Miguel Pina.
“Este gesto tocou-nos muito, a minha mãe tinha muito orgulho em ser da Fuseta, do concelho de Olhão. Era uma mulher de causas, que nunca foi conhecida por ser a mulher de Mário Soares”, realçou a filha Isabel Soares, garantindo que “o centenário do nascimento da mãe [2025] começará em Olhão”, afirmação que foi acolhida com muitas palmas de satisfação pelos presentes.
Será desta forma que o nome de Maria Barroso, natural da Fuseta, ficará para sempre ligado à cultura e às artes no concelho de Olhão. Entre os convidados presentes nesta cerimónia, para além da diretora regional da Cultura, Adriana Freire Nogueira, estiveram muitos socialistas, entre eles uma delegação nacional do partido que Maria Barroso ajudou a fundar.
O primeiro dia do “Arte Larga” começou com a inauguração de quatro exposições/instalações, que agora podem ser apreciadas no átrio e no exterior do Auditório Municipal Maria Barroso: “God Publishing”, coletivo com a participação de João Lelo; “Antiguidades Tecnológicas”, de Victor Rodrigues, “ÁguasMil”, de Maria Ventura e “Poemas Vagabundos”, de Igor Nunes Silva.
A atuação de Júlio Resende, músico, pianista e compositor igualmente natural de Olhão, completou a bonita homenagem a Maria Barroso, com um concerto a solo na sala principal do auditório olhanense, onde interpretou vários temas de sua autoria, mostrando porque é considerado um dos grandes nomes da música portuguesa, conhecido nacional e internacionalmente.
Este primeiro dia de “Arte Larga” terminou esta sexta-feira, às 21h30, com “Ruy, a história devida”, pelo conceituado Ruy de Carvalho, com Luís Pacheco e encenação de Paulo Sousa Costa. Será possível ver a figura máxima do teatro em Portugal contar histórias inéditas da sua longa e inspiradora carreira.
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