Já praticamente todos os condutores passaram pela situação em que o carro começou a emitir avisos sobre o combustível estar a acabar, a chamada “reserva”. O que muitas dessas pessoas não sabem é que pode estar a provocar danos na sua viatura quando continua a circular sem atestar o depósito. O Automóvel Club de Portugal (ACP) responde a estas e outras questões.
Pode-se considerar que a reserva é um depósito extra?
Nas viaturas mais antigas a reserva é um depósito extra. Segundo o Automóvel Club de Portugal (ACP), “nos veículos mais antigos, pode haver um depósito de combustível secundário que armazena o combustível extra quando o automóvel entra na reserva. Atualmente, este ‘depósito extra’ deixou de existir, ou pelo menos de forma separada, e encontra-se incorporado no depósito principal de combustível”.
Quando a luz da reserva acende quantos quilómetros restam?
O ACP explica que “quando acende a luz da reserva, é sinal de que o combustível disponível no carro está prestes a chegar ao fim. Contudo, não precisa de ‘acelerar’ para uma bomba de combustível. Regra geral, ainda é possível percorrer entre 50 e 80 quilómetros (dependendo do automóvel). A reserva corresponde a 10% ou 15% da capacidade total do depósito de combustível”.
Faz mal ao carro andar na reserva?
Para o ACP, se for algo que aconteça esporadicamente, “não há problema, mas se adia frequentemente o abastecimento e circula quase sempre na reserva, pode estar a danificar o seu automóvel”. Há duas razões para isso acontecer.
A primeira está relacionada com resíduos e impurezas. Antigamente, os tanques de combustível eram de metal e enferrujavam, sendo necessário mantê-los húmidos com gasolina/gasóleo para evitar a corrosão que prejudicava o sistema. Hoje em dia, os tanques são feitos de plástico especial, resistentes à ferrugem, mas acumulam sedimentos com o tempo.
Se conduzir frequentemente com o depósito quase vazio, a bomba de combustível pode aspirar esses sedimentos, causando entupimentos e danos nos injetores e cilindros do motor. Portanto, é importante evitar andar na reserva com frequência para manter o sistema de combustível em boas condições.
A segunda razão tem haver com o esforço da bomba de combustível. “sempre que se anda na reserva, a bomba de combustível é obrigada a fazer um maior esforço. Especialmente em subidas, descidas ou curvas, pois o combustível acaba por abanar no depósito. Ao trabalhar mais forçadamente, a bomba está em sobreaquecimento, e pode haver maior desgaste”, refere o ACP.
O catalizador pode também ficar afetado
O ACP explica que “entre os diversos cuidados a ter com um carro, deve ter ainda outro: evitar deixar esgotar o combustível da reserva, porque pode estar a contribuir para vários danos no catalisador. E se nos automóveis a gasolina já é um problema, nas viaturas a gasóleo há ainda outro: o risco de entrar ar no sistema de injeção”.
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