As portagens continuam a ser um tema quente em Portugal. Recentemente, o parlamento aprovou o fim das portagens nas ex-SCUT, mas há quem defenda que a isenção de portagens deva ser exclusiva para as populações locais.
A isenção total das portagens nas ex-SCUT representa um custo significativo para o Estado. Estima-se que a medida custe cerca de 200 milhões de euros. No entanto, António Pires de Lima, CEO da Brisa e antigo Ministro da Economia, citado pelo Pplware, sugere uma abordagem diferente. Defende que a isenção de portagens deveria beneficiar apenas as populações locais, o que reduziria o custo para aproximadamente 40 milhões de euros.
Pires de Lima argumenta que a isenção direcionada pode ser implementada facilmente através do sistema Via Verde e dos pórticos existentes nas SCUT. Desta forma, as populações locais poderiam ser identificadas e beneficiar de isenções ou descontos de quantidade na utilização destas vias. Segundo ele, esta medida não só seria mais económica, mas também ajudaria a manter a qualidade das infraestruturas.
Uma das preocupações levantadas por Pires de Lima é que a utilização indiscriminada das ex-SCUT poderia levar à degradação das vias. Aumento do tráfego e da sinistralidade são riscos associados ao fim das portagens para todos. Ele sublinha que, para garantir a sustentabilidade e segurança das estradas, é essencial gerir o fluxo de tráfego de forma equilibrada.
A proposta de isentar apenas as populações locais das portagens nas ex-SCUT já está a gerar debate. Enquanto alguns veem a medida como uma forma de justiça para as comunidades que dependem destas vias para o seu dia a dia, outros argumentam que todos os cidadãos devem ter direito ao mesmo benefício, especialmente considerando que todos contribuem para o orçamento do Estado.
O debate sobre a isenção de portagens nas ex-SCUT está longe de ser resolvido. A proposta de António Pires de Lima de limitar a isenção às populações locais apresenta uma solução potencialmente mais económica e sustentável, mas também levanta questões sobre equidade e justiça social. Resta saber como o governo irá equilibrar estas preocupações no futuro próximo.
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