
A tartaruga-de-couro que foi encontrada na passada quinta-feira, 20 de junho, na Meia Praia em Lagos, está a ser reabilitada no Porto d’Abrigo – Centro de Reabilitação do Zoomarine e precisa de um nome.
Assim, o Zoomarine decidiu lançar um desafio a todos aqueles que queiram ajudar a batizar este gigante dos mares. A regra é bem simples: só serão considerados nomes que comecem pela letra Q e devem ser escolhidos “nomes heróicos, que se relacionem com o animal”.
“Daqui a uma semana/dez dias quando batizarmos a tartaruga com o nome escolhido vamos convidar a pessoa que deu a sugestão a vir visitar o Zoomarine e a conhecer o animal”, refere Élio Vicente, biólogo do Zoomarine.
As hipóteses podem ser enviadas diretamente para o email do Centro de Reabilitação: [email protected] ou sugeridas através do facebook do Zoomarine.
Élio Vicente disse ainda ao POSTAL que “este é um animal que deu à costa e não é do Zoomarine e não vai ficar no Zoomarine. A tartaruga foi salva por algumas dezenas de pessoas que contribuíram para este esforço”
“O animal está a ser acompanhado por centenas de milhares de pessoas e é, portanto, um processo coletivo. Já que existem tantas pessoas a colaborar na sua reabilitação, achámos por bem deixar que essas pessoas contribuíssem para o nome”, acrescentou.
O biólogo explicou ao POSTAL que “normalmente não é dado um nome na primeira semana porque estes animais têm um risco muito elevado de morrer nos primeiros dias”, sendo que “o nome é um batismo, é um ato afetivo, pelo que obviamente no final da primeira semana começamos a pensar em atribuir-lhe um nome”.
O que faz o Porto d’Abrigo do Zoomarine?
O Porto d’Abrigo do Zoomarine foi inaugurado em 2002 e é o primeiro Centro de Reabilitação de Espécies Marinhas em Portugal.
Segundo Élio Vicente, “nenhum animal que tenha entrado nas nossas instalações para reabilitação fica connosco”.
O responsável salienta que existem três situações distintas.
“Existem casos em que o animal vem para o Centro de Reabilitação e não sobrevive”.
Depois “existem outras situações em que o animal é resgatado, é salvo e é reabilitado no Porto d’Abrigo do Zoomarine e volta para o meio selvagem quando já está pronto.”.
No final do processo o Zoomarine vai levá-los. “Já levámos animais a países como a Inglaterra, Escócia, Holanda e Estados Unidos”.
Por fim, “existem situações em que não é possível devolver o animal ao habitat natural, porque, por exemplo, ficou paralisado, ficou cego ou porque veio muito bebé e não tem uma mãe ou pai para o integrar num grupo social novamente. Nesses casos o Estado Português não autoriza o seu regresso ao meio selvagem”.
Quando isso acontece é “o Estado Português que define o destino a dar a esse animal que nunca passa pelo Zoomarine”.
O responsável salienta ainda que “quem ajuda o Zoomarine a manter o Centro de Reabilitação e todas as despesas que lhe são inerentes são os visitantes”, pois “quem compra um bilhete para entrar no Zoomarine está a contribuir diretamente para os esforços de conservação da natureza, nomeadamente o Centro de Reabilitação”.
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(Stefanie Palma / Henrique Dias Freire)