A União Europeia (UE) condenou este sábado a proibição de 15 organizações não-governamentais (ONG) pelo Ministério da Justiça russo, incluindo a Human Rights Watch e a Amnistia Internacional, que já disseram que vão continuar ativas na Rússia.
“A União Europeia deplora a decisão do Ministério da Justiça da Rússia de revogar a licença de quinze organizações amplamente reconhecidas”, afirmou um porta-voz do Serviço Europeu de Ação Exterior em comunicado.
A UE salienta que “nada na atividade destas organizações, focadas na proteção dos direitos e liberdades dos cidadãos, justifica esta decisão”, considerando que se trata de uma ação cínica do Kremlin, que quer “continuar a negar à população russa a sua liberdade de expressão e pensamento”.
“É mais um exemplo da repressão interna que acompanha a agressão militar ilegal, injustificada e não provocada da Rússia contra a Ucrânia”, referiu a UE.
RÚSSIA ALEGOU “VIOLAÇÃO DA LEGISLAÇÃO ATUAL” DAS ORGANIZAÇÕES
O ministério russo alegou “violação da legislação atual” por parte das 15 organizações.
Quer a Amnistia Internacional quer a Human Rights Watch associaram a decisão de Moscovo com a guerra na Ucrânia, afirmando que se sucedem as tentativas de calar vozes críticas em relação à invasão russa, desde logo com a imposição de penas de prisão até 15 anos a quem protestar contra o que o Kremlin chama de “operação militar especial”.
“As autoridades estão muito enganadas se acham que ao fechar o nosso escritório de Moscovo vão conseguir impedir o nosso trabalho a documentar e expor as violações de direitos humanos”, afirmou a secretária-geral da Amnistia Internacional, Agnes Callamard.
O diretor da Human Rights Watch, Kenneth Roth, lembrou que a organização já funciona na Rússia “desde os tempos da União Soviética e continuará a fazê-lo”.