Amanhã, dia 17 de Janeiro de 2025, a Assembleia da República debate e vota a desagregação de 132 uniões de freguesia em Portugal, incluindo a de Conceição e Estoi, no concelho de Faro. Estas duas localidades algarvias foram unidas em 2013 durante a reforma administrativa imposta pela Troika, mas a união tem gerado polémica entre os moradores, que agora aguardam a decisão sobre a possível separação da freguesia, noticia o Expresso.
Os residentes de ambas as localidades mostram-se amplamente favoráveis à desagregação, considerando que as diferenças culturais, sociais e económicas entre as duas freguesias justificam a separação. “Isto não fazia sentido nenhum. São duas localidades que não têm nada uma a ver com a outra”, afirma Álvaro do Vale, presidente da Casa do Povo da Conceição de Faro. Segundo ele, a Conceição é mais rural e funciona como dormitório para trabalhadores de Faro, enquanto Estoi, também rural, está mais ligada ao turismo e à cultura, com destaque para as ruínas romanas de Milreu.
A sede da união de freguesias foi estabelecida na Conceição, que tem uma população ligeiramente superior, mas isso tem sido apontado como um fator de descontentamento por parte dos moradores de Estoi. Paula Brito, presidente da Casa do Povo de Estoi, relembra que a fusão foi imposta e critica a perda de autonomia e recursos. “Deixámos de ser território de baixa densidade, perdemos apoios e atenção aos equipamentos”, lamenta.
Os residentes de ambas as localidades estão mobilizados para assistir à votação em Lisboa. Um autocarro, providenciado pela Câmara de Faro, transportará os interessados. A expectativa é que o Parlamento aprove a separação da freguesia, o que significará o retorno à autonomia administrativa de Conceição e Estoi, após 11 anos de união. Caso a decisão seja favorável, estas freguesias poderão retomar a sua identidade própria, atendendo às especificidades de cada local.
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