Reforçaram os meios de resgate disponíveis no Município de Velas. De que forma?
Efetivamente, há um trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, um planeamento com os serviços municipais de Velas e da Calheta em conjunto com o serviço regional da Proteção Civil dos Açores (que tem cá um técnico) para ajudar a coordenar a operação. Esta operação foi hoje aprovada. Neste momento, estão definidas as zonas de evacuação, por concelho e por freguesias, os corredores que as pessoas devem percorrer até chegar ao concelho vizinho.
No fundo, Velas terá a responsabilidade de abrir os corredores e Calheta de receber as pessoas onde haverá equipas da Segurança Social, da Ação do Social, da Proteção Civil e da Saúde que fará o rastreio e a triagem das pessoas, dando prioridade aos idosos, mães e crianças e grávidas. Há algum aprovisionamento de água e produtos alimentares nessa zona de receção; usaremos a rádio e as redes sociais para avisar as pessoas, mas também os sinos das igrejas e os párocos e as juntas de freguesia estão avisadas para tal.
Estamos a falar de uma megaoperação para retirar as pessoas de Velas.
Sim. Estamos a falar da retirada das cinco mil pessoas que vivem neste concelho para o concelho vizinho. Se bem que há uma zona crítica, onde estão três mil pessoas.
E essa operação durará quanto tempo?
Em três, quatro horas. Esse é o tempo que temos programado para essa operação. É óbvio que depende muito do momento em que acontecer a operação, se antes do eventual sismo ou se durante o eventual sismo. A ideia é retirar as pessoas antes do acontecimento, se este vier a acontecer. Não conseguimos prever à hora, ao minuto de quando é que o sismo ocorrerá.
Quando é que começa a retirada?
Houve já uma evolução negativa [da atividade sísmica], portanto as pessoas que estão na Casa de Repouso João Inácio de Sousa, das Velas, vão ser transferidos na quinta-feira para a Calheta.
O que pode dizer à população num momento destes?
Que deem importância aos comunicados oficiais dos serviços municipais. Há muita contrainformação que não ajuda num momento como este. Estamos a fazer tudo para termos meios robustos para socorrer as pessoas se o acontecimento vier a ter lugar. É preciso manter a calma possível numa situação destas. Que mantenham as rotinas. É importante, neste momento, que as pessoas se preparem para serem evacuadas: a mochila pronta, com uma muda de roupa, os seus medicamentos, a garrafa de água e um pacote de bolachas lá dentro. É importante que estejam preparadas para isto.
Há a forte possibilidade de algo negativo ocorrer. E todos os que não tenham carro, que procurem uma forma de terem transporte junto dos seus vizinhos e amigos. Também poderão usar os serviços municipais, mas que serão prioritários para as pessoas mais frágeis.