À capacidade dos seres vivos reconhecerem e vivenciaram o que se passa em seu redor, aprendendo com essas experiências, integrando-as na sua interpretação do mundo exterior e ajustando à percepção de si mesmo denominamos Consciência.
A consciência animal é um facto e já não uma discussão filosófica. Todos identificamos o comportamento de defesa de uma mãe javali quando nos aproximamos da sua cria, ou a capacidade das raposas em vasculhar comida entre os restos que nós descartamos sem se exporem a ser capturadas. Isso implica que esses animais reconhecem-se a si próprios, ao que os rodeia e agem de acordo com os seus objectivos. São por isso animais conscientes.
“Um ser que é consciente é igualmente um ser que sente”
Um ser que é consciente é igualmente um ser que sente. Não só acumula experiências de vida e adapta comportamentos que o caracterizam, como tem sensibilidade aos estímulos que o rodeiam e é afectado por esses mesmos estímulos, de forma positiva ou negativa, tendo sensações internas. A isso chamamos Senciência.
Recentemente a nossa sociedade reconheceu essa senciência aos animais, deixando de os considerar objectos à face da lei e criando um estatuto jurídico próprio. Já em 2012 um grupo de eminentes neurocientistas que estudam a área do conhecimento e consciência fez uma declaração (Declaração de Consciência de Cambridge) em que as provas que outros animais não humanos, incluindo todos os mamíferos e aves e ainda outras criaturas, incluindo os polvos, têm o substrato neurológico que gera a consciência.
Percebendo de que não estamos isolados no mundo e que outros seres também sentem e são conscientes de si mesmo, se queremos viver em equilíbrio com o que nos rodeia, devemos procurar saber mais sobre os animais, compreender e respeitar a sua forma de viver e ajustar os nossos comportamentos e acções no que a estes diz respeito.