Deveriam as seguintes palavras serem postas em pé de igualdade?
Animais ou religião? Pessoas ou religião? Animais ou cultura? Ambiente ou economia? Animais ou alimentação?
Tendo nós ou não uma educação religiosa, qualquer que seja ela, deveríamos defender a ausência de sofrimento infligido e desnecessário. Mas não é isso que existe em algumas religiões, aliás nem é isso que existe na nossa sociedade que tem vindo a criar regras para nos apaziguar as consciências com o dito “bem-estar animal”, mas na prática, num nível menor, também o perpetuamos, o sofrimento desnecessário.
Na União Europeia temos regras para o abate (occisão) dos animais, aos quais deve ser aplicado um atordoamento que para além de não evitar todo o sofrimento tido pelos animais no processo, por vezes nem funciona, no entanto existe uma pequena exceção que permite que assim não seja por motivos religiosos.
Para mim será fácil contraditar isto, defendendo que qualquer religião deve ser praticada com espirito desperto e critico pois caso contrário muitas atrocidades podem ser cometidas, como aliás já o foram em todas as religiões e em muitas épocas da história.
Há um limite que sentimos em crianças. Aquele sentimento que não é bom, que estamos a fazer mal a alguém, a empatia que sentíamos pelos amigos, pela joaninha ou pela galinha. Aquele limite que deveríamos preservar na nossa fase adulta, mas esquecemo-nos dele entre despertador, trabalho, papelada, crianças, e tantas outras coisas.
Seguimos o que todos seguem, defendemos e acreditamos no que nos dizem estar a fazer bem. Mas eu sei que até aqueles menos animalistas, mais pessimistas e autoapelidados realistas, também têm aquela luzinha vermelha a piscar quando pensam no assunto, o limite.
Tal como defendo que a cultura não deve ser defendida absolutamente quando causa um mal desnecessário a alguém, humano ou não humano, obviamente não poderia deixar de fazê-lo quanto à religião, alimentação ou economia.
O mundo seria muito melhor se a nossa principal religião e cultura fosse não infligir sofrimento desnecessário a um ser vivo. A alimentação ou o divertimento têm tantas paletes de cor e alternativas, que não pode ser justificável optarmos por fazer mal a um ser vivo para usufruirmos deles.
Este artigo é curto porque queria que agora usassem este minuto que resta para repensarem o vosso limite.