A Polícia Judiciária suspeita que no Norte do país existam 30 empresas de construção e venda de lanchas rápidas com ligação ao tráfico de droga dos principais clãs da Galiza.
Um fenómeno que se terá acentuado a partir de 2018, altura em que o Governo espanhol proibiu a construção de lanchas insufláveis e semirrígidas com mais de oito metros de comprimento ou com motores acima de 204 cavalos como medida de combate ao tráfico de droga pelo mar.
Desde então, muitos empresários espanhóis e galegos passaram a constar nos organogramas de empresas de construção náutica do Minho.
Há suspeitas de que, sob a cobertura legal do negócio em Portugal, estes aproveitem para apetrechar as redes de tráfico de droga da Galiza com as lanchas de que tanto necessitam.
Ao Expresso, uma fonte da PJ assegura que “num mesmo armazém” coexistem “várias empresas suspeitas”, junto à fronteira com a Galiza. Mas sem provas concretas que as liguem ao tráfico as autoridades portuguesas ficam de mãos atadas.
São vários os investigadores da PJ que defendem que Portugal deveria seguir o exemplo espanhol e proibir estas lanchas.
O Ministério da Justiça terá criado uma task force cujo objetivo é um projeto de lei com contornos semelhantes ao do país vizinho.
Esse plano ainda estará numa fase embrionária, uma informação que até ao fecho desta edição não fora confirmada oficialmente pelo gabinete da nova ministra, Catarina Sarmento e Castro.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL