



A problemática da água tem gerado nos últimos meses uma preocupação acrescida por parte dos agentes regionais algarvios e, consequentemente, a realização de várias reuniões e seminários com o objetivo de encontrar soluções e minimizar os problemas da falta de água.
Neste sentido, “foi em ambiente compenetrado face às grandes preocupações perante a escassez de água, mas simultaneamente de forte exaltação e esperança, que decorreu a cerimónia de apresentação da ‘Solução Guadiana’, afirma a AlgFuturo.
“A Algfuturo pediu um parecer técnico ao Professor Doutor António Carmona Rodrigues quanto à sua viabilidade e melhor forma de operacionalizar”.
O “reputado especialista, num misto de detalhada fundamentação para a solução concreta que concebeu e de lição face aos seus extraordinários saberes, satisfez em pleno uma assistência de dirigentes associativos de todos os setores e de todo o Algarve, que o aplaudiram de forma calorosa”, explica a AlgFuturo.
Recorde-se que o especialista foi recentemente solicitado para ajudar a resolver os graves problemas provocados pelas cheias do Mondego.
O presidente da AlgFuturo anunciou que a postura é de colaboração, já com reuniões marcadas com o reitor da Universidade do Algarve e a AMAL e ainda com reuniões pedidas ao Governo, Comissária da União Europeia, Doutora Elisa Ferreira e deputados ao Parlamento Europeu.
A solução
Tecnicamente, a solução consiste “numa captação de água na margem direita do Guadiana, junto ao Pomarão, no seu troço nacional, com uma tubagem adutora para conduzir a água até à albufeira de Odeleite, o que permitirá reforçar as disponibilidades de água no Sotavento e Barlavento, através da conduta adutora existente”, começa por explicar a Algfuturo, em comunicado.

O reforço poderá ser “na ordem de 30 a 60 hm3/ano, correspondente a cerca de dois terços do consumo de água faturada pelas águas do Algarve durante um ano e correspondente a um valor superior à água consumida pelos perímetros de rega com origem superficial”, afirma a mesma fonte.
O custo estimado é de “20 a 25 milhões de euros, baixo numa relação obra/enormes riscos perante uma eventual falta de água, podendo a execução demorar apenas cerca de 18 meses”.
A solução é “muito vantajosa em relação a outras, porque é mais rápida, mais barata e pode compatibilizar-se no futuro com outras soluções, nomeadamente com a barragem da Foupana (que está a ser dinamizada pela AMAL)”, defende a AlgFuturo.
Por sua vez, José Vitorino, presidente da AlgFuturo referiu “estar assustado perante eventuais quebras de abastecimento, pois sentiu e viveu esse drama em 1980 quando era Governador Civil “.
Já José Lourenço Santos, presidente da Assembleia Geral da AlgFuturo, CEO do Grupo Lunahoteis e Resorts e dirigente associativo, salientou “ser impensável quaisquer cortes de abastecimento, sendo uma obrigação pública garantir água quando ela existe, caso do Algarve conforme solução apresentada”.
(SP/HDF)