A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) anunciou que a União Europeia autorizou a utilização de pó de larvas inteiras em várias categorias de alimentos, incluindo pães. No entanto, um médico alerta que “vai ser impossível saber como evitar comer” para quem pretende evitar este ingrediente, acrescentando que o seu consumo pode ter efeitos adversos para a saúde.
“A Comissão Europeia autorizou a utilização do novo alimento ‘pó de larvas inteiras de Tenebrio molitor‘, tratado com radiação UV para uso em diversas categorias de alimentos”, refere uma nota da DGAV.
Este ingrediente poderá ser incorporado em produtos como queijo e derivados, compotas de fruta e hortícolas, massas, produtos transformados à base de batata e pães.
A rotulagem dos alimentos deverá indicar que o ingrediente pode provocar reações alérgicas em pessoas sensíveis a crustáceos, produtos derivados e ácaros.
A aprovação surgiu após a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA, na sigla em inglês) ter confirmado a sua segurança para consumo. Atualmente, apenas a empresa francesa Nutri”Earth tem permissão para comercializar este novo alimento, com um período de exclusividade de cinco anos, a contar da entrada em vigor do regulamento da União Europeia, a 10 de fevereiro.
Médico alerta para riscos à saúde
O médico Sergio Martínez referiu no TikTok que a ideia de consumir um derivado de larvas pode ser considerada “repugnante” por algumas pessoas, mas também chama a atenção para potenciais riscos para a saúde. Segundo o especialista, esta farinha pode conter substâncias como cádmio, arsénico e chumbo, elementos que podem ser prejudiciais ao organismo.
Martínez explica que o pó de larvas poderá estar presente sobretudo em produtos de pastelaria industrial. No entanto, destaca que, por enquanto, ainda não se sabe exatamente em que alimentos será utilizado, uma vez que não há informações concretas sobre como será mencionado nos rótulos. “Vai ser impossível saber como evitar comer pó de larvas”, refere o médico no TikTok.
Além disso, o médico alerta que a presença deste ingrediente poderá ser indicada através de um código alfanumérico, o que pode dificultar a sua identificação por parte dos consumidores. Mais detalhes deverão ser revelados à medida que se aproxima a data de implementação da nova norma.
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