O oligarca mais rico da Federação Russa, já fotografado a jogar hóquei no gelo com Vladimir Putin, transferiu um iate de luxo para o Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para fugir às sanções.
Vladimir Potanin, que dirige o maior refinador de níquel e produtor de paládio, à escala mundial, pode ainda não ter sido sancionado pelos Estados Unidos da América e pela Europa, uma vez que tais sanções poderiam afetar os mercados de metais e quebrar as cadeias de abastecimento, segundo analistas.
Enquanto maior acionista da mineira Nornickel, Potanin tinha uma fortuna pessoal de 30,6 mil milhões de dólares antes da invasão russa da Ucrânia, segundo a revista Forbes.

Agora, à semelhança de outros oligarcas russos em listas negras, decidiu transferir o superiate, avaliado em 300 milhões de euros, para o porto do Dubai.
Apelidado de Nirvana, o iate tem 88 metros de comprimento e está equipado com elevadores de vidros, ginásio, jacuzzi, sala de cinema para projeções a três dimensões e dois terrários de répteis exóticos.
“QUEREM MANTER O DINHEIRO A ENTRAR”
A chegada de embarcações de luxo russas ao Dubai tornou-se um símbolo da relutância dos EAU em se oporem à invasão russa da Ucrânia e reforçarem as sanções aplicadas à Federação Russa.
Os EAU integram uma lista de países para onde os russos podem voar diretamente.
Este centro financeiro do Médio Oriente tornou-se um ponto atraente para os russos ricos, em parte devido à sua reputação de acolher bem dinheiro de todo o lado, tanto legítimo, como de proveniências mais escuras.
“Nem sequer tentaram esconder o facto de estarem a aceitar os próprios oligarcas e os seus iates”, constatou Julia Friedlander, antiga conselheira política sénior para a Europa da Divisão de Terrorismo e Informações Financeiras do Departamento do Tesouro dos EUA.
“Quando se trata de assumir lados no conflito, não é do seu interesse político fazer isso. Querem manter o dinheiro a entrar, vindo de todo o lado”.
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL, com Lusa