Um ex-combatente do grupo Wagner, uma organização paramilitar que terá ligações ao regime de Putin, deu uma entrevista. Diz que foi convidado para lutar na Ucrânia e explica porque é que não aceitou.
Marat Gabidullin, de 55 anos, fez parte do Grupo Wagner, uma organização militar privada composta por membros de forças de elite dos serviços secretos, ou antigos militares com alegadas ligações ao Kremlin.
Terá sido criado em 2007, por um ex-oficial do exército russo, uma espécie de milícia privada, que atua, em paralelo, com o exército de Moscovo.
Marat Gabidullin fez parte desse grupo, esteve em várias missões e combateu na Síria, onde ficou gravemente ferido, em 2016, devido à explosão de uma granada.
Em 2019, abandonou a organização, mas diz que, meses antes da invasão da Ucrânia, foi desafiado para combater como mercenário e recusou.
“Vão sem mim. A Ucrânia faz parte das minhas raízes. São um estado soberano e têm o direito de ser independentes e respeitados”, afirmou.
Diz ainda que percebeu, desde o início, que a Rússia ia falhar.
“Foram completamente apanhados de surpresa pela resistência do exército ucraniano”, afirmou.
Sobre os soldados russos, identifica sobretudo falta de preparação.
Agora em França, Marat publicou um livro que relata as experiências enquanto mercenário do Grupo Wagner.
A Rússia não reconhece oficialmente a existência desta organização. Grupos de direitos humanos e o Governo ucraniano denunciam que estes combatentes são responsáveis por crimes de guerra cometidos na Síria, na Ucrânia, em 2014, e que agora há centenas de mercenários do Grupo Wagner que têm como objetivo assassinar Volodymyr Zelensky.
- VÍDEO: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL