Foi um aumento de quase 10% o que se verificou no número de ateus em Espanha. A justificação parece ser a pandemia de covid-19, já que a subida ocorreu nos dois anos que se seguiram ao início da pandemia global. Segundo o jornal “El País”, em 2000 apenas 13,2% da população se considerava ateia ou agnóstica. No ano pré-pandemia, a percentagem subiu para 27,7 e agora cresceu para 37,1.
Padres espanhóis notam menos pessoas a celebrar nas igrejas, descreve o jornal, e a Fundação Ferrer i Guàrdia confirma: perdeu-se crença religiosa durante a pandemia. A conclusão surge do seu relatório sobre a evolução da religiosidade e do laicismo em Espanha. De acordo com os dados usados no relatório, é possível perceber que, fora os 37,1% de ateus, 58,8% da população considera-se católica e 2,5% é crente, mas professa outras religiões.
A diminuição de crentes também é “culpa” dos jovens. Dos entrevistados pela Fundação, entre os 25 e os 34 anos, 56,2% declaram-se ateus ou agnósticos. Por outro lado, apenas 21,1% dos maiores de 65 dizem não ter crenças religiosas.
Um dos investigadores do relatório, Josep Mañe, diz que os escândalos com casos de abusos sexuais na Igreja acabam por não ter muito impacto nos números. Mas através da sua análise é possível perceber que ocorreu um aumento de cerca de 2% nos “crentes não praticantes”, entre abril e maio de 2020.
Outra questão em destaque no relatório é a grande diminuição dos casamentos religiosos. Em 2008, metade eram religiosos e a outra metade celebrada apenas através do registo civil. Agora, nove em cada dez vínculos matrimoniais são realizados por meios civis, em Espanha.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL