Nos últimos dias soube-se que o preço do pão vai aumentar no próximo ano, impulsionado pelo aumento dos custos de produção e do salário mínimo nacional. Poucos dias depois soube-se também que o café vai ficar mais caro e o aumento irá fixar-se entre os 10 e os 30 cêntimos. Ao pão e ao café, junta-se agora o chocolate, cujo preço já tem vindo a aumentar nos últimos tempos e a previsão é de que ainda fique mais caro.
Os fenómenos meteorológicos extremos decorrentes das alterações climáticas, como secas prolongadas e chuvas intensas, têm afetado gravemente a agricultura global e o cacau é uma das culturas mais prejudicadas. A somar aos problemas relacionados com as alterações climáticas, doenças como a vagem preta, assim como as dificuldades de transporte do cacau estão a afetar a sua produção global, pelo que a oferta diminuiu drasticamente.
Segundo o Executive Digest, os preços do cacau registaram uma oscilação acentuada em 2024, subindo de 4.400 dólares por tonelada em janeiro para um pico de 12.261 dólares em abril, antes de recuarem para 7.000 dólares por tonelada em maio. O que é certo é que estas constantes oscilações estão a pressionar o mercado, pelo que as empresas têm vindo a aumentar os preços do chocolate para não saírem prejudicadas aquando da ocorrência de qualquer imprevisto.
Este crescimento dos preços no chocolate já está à vista nos supermercados portugueses e se, por exemplo, for comprar uma tablete de chocolate para culinária Pantagruel numa loja Pingo Doce, terá de pagar 2,84 euros. No entanto, em dezembro de 2023, a mesma tablete de chocolate custava 1,99 euros, no mesmo supermercado. Quer isto dizer que, no espaço de apenas um ano, o preço deste chocolate subiu 85 cêntimos.
A previsão é de que o preço do cacau continue a aumentar nos próximos tempos, o que se irá traduzir no encarecimento de todos os produtos à base de chocolate.
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