Em pleno Oceano Ártico, o arquipélago de Svalbard é conhecido por ser um dos territórios mais remotos e inóspitos do mundo. Contudo, o que mais intriga não são apenas as suas paisagens geladas, mas também uma regra peculiar que afeta a vida local: é proibido nascer e morrer na região. Esta singularidade é ditada tanto por razões de saúde pública como pelas condições ambientais, tal como avança a Sic Notícias.
Svalbard, que pertence à Noruega, conta com cerca de 2.500 residentes permanentes, na sua maioria concentrados em Longyearbyen, a cidade mais a norte do planeta. Desde meados do século XX, as autoridades estabeleceram que todos os partos e situações de fim de vida devem ocorrer no continente norueguês, geralmente em Tromsø. Esta decisão prática é justificada pelo permafrost que caracteriza o solo da região.
O permafrost é um solo permanentemente congelado, que impede a decomposição natural de matéria orgânica. Quando corpos são enterrados em Svalbard, os ciclos de congelamento e descongelamento podem expô-los à superfície e preservá-los quase intactos. Um caso emblemático ocorreu com a exumação de vítimas da gripe espanhola de 1918, cujos vírus foram encontrados ainda ativos. Este fenómeno constitui um risco significativo para a saúde pública.
“Os corpos preservados no permafrost podem guardar agentes patogénicos por décadas, ou mesmo séculos,” explicou um investigador do Instituto Polar Norueguês. Assim, esta região implementou medidas para evitar novos enterros e proteger a comunidade de possíveis ameaças biológicas.
Quanto ao nascimento, a falta de infraestruturas hospitalares adequadas em Svalbard é o principal motivo para a transferência de mulheres grávidas para o continente. Este procedimento assegura melhores condições médicas tanto para as mães como para os recém-nascidos.
Embora as regras possam parecer invulgares, refletem a adaptação às exigências de um ambiente extremo. Em Svalbard, onde a natureza dita as condições de vida, a humanidade encontrou formas criativas de coexistir, respeitando tanto o meio ambiente como a segurança das comunidades. Assim, o arquipélago ártico continua a ser um exemplo fascinante da interação entre homem e natureza.
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