Portugal continua a encantar por esse mundo fora, quer seja pelas suas paisagens naturais, quer também pelas paisagens culturais e históricas. Neste artigo, vamos falar-lhe sobre uma marca cultural exclusivamente portuguesa que encantou em tempos os americanos, tanto que o jornal ‘New York Times’, um dos mais conceituados jornais a nível mundial, que até lhe dedicaram um artigo. Descubra mais.
A calçada portuguesa destaca-se como uma das expressões culturais mais emblemáticas de Portugal. Mais do que um simples revestimento de chão, esta técnica transforma ruas e praças em verdadeiras obras de arte, desenhadas com padrões geométricos e figuras que parecem “pintadas no chão”.
Reconhecida pela sua beleza, a calçada portuguesa é admirada além-fronteiras. Países como o Brasil, Cabo Verde e Timor-Leste adotaram esta tradição, perpetuando o legado português em lugares onde a presença lusitana deixou marcas culturais. Inspirou ainda outras formas de calçamento pelo mundo, confirmando o seu impacto global.
A Calçada Portuguesa no “The New York Times”
A sua singularidade não passou despercebida a publicações internacionais. O jornal norte-americano The New York Times dedicou um artigo intitulado “In Lisbon, a Carpet of Stone Beneath Their Feet” (“Em Lisboa, um Tapete de Pedra Sob os Nossos Pés”), onde a jornalista Kathleen Beckett descreve a calçada como um estilo único, fruto da criatividade lusa e da influência do passado colonial. No texto, são evidenciadas as qualidades artísticas e históricas desta tradição, que combina funcionalidade e beleza. “O estilo decorativo é só luso”, afirma o artigo, enaltecendo o papel de Portugal na disseminação deste legado, como revela o Ncultura.
Uma história que começa com um rinoceronte
Curiosamente, a origem da calçada portuguesa está associada a um rinoceronte. Em 1498, o Rei D. Manuel I ordenou o calcetamento de ruas em Lisboa para preparar a passagem de Ganga, um rinoceronte branco vindo do Oriente. Este evento pretendia exibir as riquezas trazidas das viagens de Descobrimentos, e a calçada foi criada para evitar que o animal espalhasse lama durante o cortejo.
Com o tempo, esta técnica evoluiu. Foi no século XIX que a calçada portuguesa, como a conhecemos hoje, ganhou forma. Em 1842, prisioneiros calcetaram o Castelo de São Jorge, e, anos depois, em 1848, a Praça do Rossio recebeu o icónico padrão Mar Largo, uma homenagem aos Descobrimentos Portugueses.
Uma arte aos nossos pés
A calçada portuguesa, o símbolo cultural luso que encantou os americanos, continua a ser uma constante nas cidades do país, adornando ruas e praças com motivos marítimos, geométricos ou figurativos. Caminhar por estas calçadas é como visitar um museu a céu aberto, onde cada pedra conta uma história. No entanto, este encanto pode, por vezes, passar despercebido. Talvez seja altura de olharmos mais para os nossos pés e reconhecermos a riqueza cultural que pisamos todos os dias.
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