Quando uma ‘coisa’ surge e começa a ser tomada pela comunidade como socialmente aceite pode ser moda mas também pode ser passageira como uma paixão fugaz, que pouco perdura.
Mas quando a comunidade reconhece determinados valores como fundamentais estamos, inevitavelmente, perante uma ideologia e, atualmente, quem virá dizer que os direitos das mulheres são moda, quando estes são valores basilares que, felizmente, se enraizaram?
O grupo de cidadã(o)s ‘Por uma Tavira mais amiga dos animais‘ (#taviraMAISanimais) teve a sua origem em conversas casuais entre pessoas muito diferentes entre si, no café, na rua, no supermercado, a passear os cães.
Quando nos encontrávamos vinha um assunto, vezes sem fim, brotar na conversa: a comum preocupação pela não existência de políticas sólidas de protecção e bem-estar animal e a necessidade de melhor concertar a actuação da sociedade civil, para manifestar essas mesmas preocupações, valores e ideais.
Este foi o motor para o surgimento do #taviraMAISanimais.
Somos cidadã(o)s das mais diferentes áreas e com distintas experiências de vida, mas todos e todas temos em comum a motivação de dar voz a quem não pode falar e se, no estado actual do mundo, existe quem ainda não é ouvido/a nem tido/a em conta, este também é o caso dos animais (não humanos).
Há quem diga que esta causa (dos animais) é uma ‘moda’ mas, se o faz para afirmar que é socialmente aceite e não para tentar dar o enfoque pejorativo e perecível, ora aí só podemos concordar! É uma tendência visível para o desenvolvimento, tal como o foi a defesa histórica dos direitos de outros grupos vulneráveis que não estariam reconhecidos, em determinada época. E sim, não se enganem, são valores que vieram para ficar.
“É a descoberta do melhor caminho para um mundo justo”
Esta não é, de forma alguma, uma moda como a de deixar crescer a barba ou o bigode, nem como usar calças à boca-de-sino ou colocar o ‘coque’ no cabelo. Não. Esta é mais do que uma paixão passageira, é a descoberta do melhor caminho para um mundo justo e também é esta a vontade que a sociedade tem manifestado.
Alguém, muito conhecido, disse que não era o grito dos maus que o preocupava mas sim o silêncio dos bons (Martin Luther King), e nós decidimos que não iríamos estar mais em silêncio e à espera que alguém, que não nós, fizesse algo a favor do que acreditamos.
Iniciámos a nossa intervenção em algumas sessões de Assembleia Municipal, temos tido algumas reuniões com os responsáveis do executivo e técnicos da Câmara Municipal da nossa cidade (nas quais ambas as partes manifestam as suas preocupações e procuram soluções), organizámos um debate com os/as candidatos/as às eleições autárquicas sobre políticas de protecção animal e, de bom grado, observámos que (em quase todos) os programas eleitorais tinham sido incluídas algumas medidas de protecção animal.
“Queremos ser a voz de quem não tem uma”
Não vamos ficar em silêncio, queremos ser a voz de quem não tem uma e também a vossa voz, razão pela qual começamos, a partir de hoje, 29 de Janeiro, estas crónicas quinzenais, procurando espelhar todas as esferas da sociedade. Iremos ‘falar’ de direitos, de cuidados de saúde, de cidadania, de economia, do Algarve, de Portugal, do MUNDO, sempre sobre e pelos animais, sejam humanos ou não humanos.
Conforme o tema, convidaremos diferentes pessoas do movimento e de fora do movimento para, quinzenalmente, melhor fomentarmos a reflexão. E assim,
3…2…1…
Estejam atentos!
Se tiver interesse em que algum tema específico seja abordado pode enviar a sua sugestão, por e-mail, para [email protected].