
O músico José Mário Branco morreu aos 77 anos, disse hoje à agência Lusa o seu ‘manager’, Paulo Salgado. Já foram várias as personalidades da música, política e jornalismo que reagiram à notícia.
Em comunicado enviado às redações, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, “lamenta profundamente a morte do músico, compositor e diretor musical José Mário Branco (1942-2019), uma das vozes maiores da canção portuguesa”.
Natural do Porto, José Mário Branco teve um percurso assinalável desde a música de intervenção, passando pela canção de Abril, até ao fado e ao repertório tradicional português.
Da sua imensa obra destacam-se os emblemáticos álbuns “Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades” (1971), “Ser Solidário” (1982), “A Noite” (1985) e “Resistir é Vencer” (2004), que marcaram não apenas a sua carreira, como também toda a história recente da música portuguesa. Trabalhou com José Afonso, Sérgio Godinho, Fausto, Janita Salomé, Carlos do Carmo e Camané, entre muitos outros.
O artista “emprestou o seu talento ao teatro, cinema e televisão. Foi um jogral moderno, que compôs não apenas canções de intervenção, mas temas que são memória coletiva e património musical português”, pode ler-se no comunicado.
José Mário Branco “escreveu e marcou a história contemporânea portuguesa, com voz ativa e braço erguido por um Portugal melhor, mais alerta, mais capaz, mais solidário. A resistência, em Portugal, terá sempre um disco de José Mário Branco como banda sonora”, acrescenta.
“Com uma carreira longa e um repertório que nunca deixou de dialogar com a tradição musical portuguesa, das cantigas de amigo ao contemporâneo, e com as demais artes, o seu legado alcança um patamar intemporal. A nossa responsabilidade, agora, é honrá-lo continuando a dar voz à sua inquietação”, conclui o comunicado do governo.
(Stefanie Palma / Cristina Mendonça)