
As alterações climáticas e a subida do nível dos oceanos podem provocar o desaparecimento de metade das praias de areia no mundo até ao final do século, segundo um estudo divulgado esta segunda-feira na revista Nature Climate Change.
E mesmo no cenário de a humanidade reduzir acentuadamente as suas emissões de gases com efeito de estufa, responsáveis pela subida da temperatura média global, mais de um terço dos litorais arenosos estão ameaçados, apontou-se no estudo.
O seu desaparecimento teria um impacto nas atividades turísticas, mas não só.
“Além do turismo, as praias de areia oferecem com frequência o primeiro mecanismo de proteção contra as tempestades e as inundações, pelo que sem elas os impactos dos acontecimentos climáticos extremos vão ser provavelmente mais fortes”, avisou Michalis Vousdoukas, que dirigiu o estudo e é investigador no Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia. “Devemos preparar-nos”, insistiu.
As praias de areia ocupam mais de um terço dos litorais a nível mundial e situam-se, com frequência, nas regiões muito povoadas. Mas estão ameaçadas pela erosão resultante das construções novas, da subida do nível do mar e das tempestades, que ameaçam as infraestruturas e as vidas.
A Austrália pode ser o país mais afetado, com cerca de 15 mil quilómetros de praias de areia riscadas do mapa dentro de 80 anos, mais do que Canadá, Chile e EUA. Outros países ameaçados são México, China, Federação Russa, Argentina, Índia e Brasil.