
Luis Galrito atua no dia 27 na XVI edição do festival Med, em Loulé. O concerto tem início previsto para as 21 horas, no palco Castelo.
O artista apresenta o novo disco de originais “Menino do Sonho Pintado” na companhia de João Afonso, sobrinho de Zeca Afonso.
“À sonoridade deste álbum não são alheias as incontornáveis influências dos cantautores portugueses bem como as raízes folkes do Alentejo com referências urbanas mais modernas de que se destacam Dino D’Santiago, Napoleão Mira e Reflect que também participaram neste disco”.
Luís Galrito refere que, “participar nesta edição do festival Med é para mim, não só, uma honra, mas também, uma oportunidade de trazer o que há de mais íntimo nesta condição de ser Alentejano e residir no Algarve”.
“É desta multiplicidade de experiências, emoções e sentimentos que nasce este meu novo trabalho, e não poderia deixar de compartilhar o palco com João Afonso que é sem dúvida um dos amigos convidados que muito me honra que faça parte desta equipa que comigo gravou este novo disco, e de mostrar a quem nos queira ver e ouvir a nossa parceria em palco, não só, com canções deste novo trabalho, mas também, com as suas próprias canções”, acrescenta.
Sobre Luís Galrito:
Letrista, compositor, e intérprete das suas canções, nota-se em Luís Galrito uma genuína vertente de trovador, um saudável misto das raízes alentejanas, de onde é oriundo, e das referências urbanas mais modernas. Há uma intervenção despretensiosa e natural nos seus temas, aliada a uma visão algo romântica que renasce continuadamente nos seus textos e se revive de uma voz, com um timbre bem peculiar, e uma guitarra mano a mano.
Foi em 1996 que registou seu primeiro trabalho discográfico intitulado “Véu Vermelho”, um álbum temático, filosófico, surrealista e introspetivo, com influências do pop-rock progressivo ao estilo de bandas lendárias como Pink Floyd e outros.
Em 2002 grava “Matura Inculta”, novo disco de originais com uma sonoridade mais orgânica e crua, revelando referências marcantes da música portuguesa, tais como Jorge Palma, Sérgio Godinho e bandas de sempre do pop-rock nacional, casos dos UHF e Xutos & Pontapés. Dois anos depois regista novas versões promocionais, com novos arranjos, de alguns temas marcantes dos seus anteriores discos. Este trabalho conta com a colaboração e produção de Kalú, baterista do Xutos e Pontapés.
Já em 2005 inicia um ciclo de diversos espetáculos de tributo a grandes cantautores portugueses, onde se destaca a sua homenagem a Zeca Afonso e a outros cantores ligados à Revolução do 25 de abril, a qual tem levado a vários pontos do país e do estrangeiro, e tem recebido as melhores críticas da imprensa, do público e também de algumas personalidades próximas do cantautor, bem como de membros da Associação José Afonso.
“Quero Ser Humano” é o novo disco que lança em 2010 e que contou com a produção do reconhecido Luís Jardim. Em 2015 edita o seu álbum de tributo a Zeca Afonso, denominado “Seja bem-vindo quem vier por bem”. Participa ainda, mais recentemente, com João Afonso (sobrinho do cantautor) e o coletivo “O Barco do Diabo” (Rogério Pires, Paulo Machado, Sónia Pereira e João Espada), num projeto inédito denominado “O Sul de José Afonso”, que, num formato audiovisual, revisita as vivências e geografias pessoais, afetivas e musicais de Zeca no sul do país.
“Grafonola Voadora”, um dueto artístico com João Espada, é o seu mais novo projeto, assente numa performance-concerto interdisciplinar e intimista que opera um diálogo criativo entre imagem, música, palavra e espaço envolvente, a qual conta com convidados especiais nas suas apresentações ao vivo, como Napoleão Mira ou João Frade.
“Menino do Sonho Pintado” é o novo disco de originais de Luís Galrito. Participam neste trabalho vários convidados, onde se destacam Dino D’Santiago, João Afonso, Reflect e Napoleão Mira, contando ainda com a colaboração nos arranjos de João Nunes, Gabriel Costa e Luís Melgueira.
À sonoridade deste álbum não são alheias as incontornáveis influências dos cantautores portugueses, das raízes folk do Alentejo e de outras sonoridades de matriz tradicional (ou não) de diversas zonas do país e do mundo. O título do disco é retirado de uma das canções que fala sobre as crianças vítimas de violência em cenários de guerra, relembrando aqui também a atualíssima questão dos refugiados e outros contextos preocupantes. Ao mesmo tempo, o título evoca um desenho que Luís Galrito fez na infância e que o marcou profundamente pela carga simbólica do mesmo (ativismo pela paz); e não deixa de ser um reflexo dos momentos de cumplicidade que passa no seu dia-a-dia desenhando com a sua filha Eva.
A expressão que dá nome ao novo disco de Galrito reflete assim o conceito, a mensagem visível em várias canções deste trabalho discográfico: a vontade de esboçar o sonho na pureza de uma criança, o desejo de mudança, o querer apagar um céu riscado de tintas de medo e afins, e de desenhar cores de harmonia, paz e amor. A fase de composição deste novo disco coincidiu também com a experiência de ser pai pela primeira vez, sendo que alguns dos seus temas, como “Filhos” ou “Balada para o meu Amor”, espelham esta nova e bonita fase da sua vida.
(Stefanie Palma / Henrique Dias Freire)