Um homem confessou esta quinta-feira, em tribunal, ter matado a tiro a ex-companheira, de 51 anos, em Arouca, após uma discussão em que a mulher lhe teria dito que o filho mais novo não era dele.
O homem de 53 anos, que se encontra em prisão preventiva, começou esta manhã a ser julgado no Tribunal de Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, por um crime de homicídio qualificado e outro de detenção de arma proibida.
Perante o coletivo de juízes, o arguido começou por dizer que tinha combinado encontrar-se com a mulher no bar dos bombeiros, para tomarem um café, tendo-a visto a dançar com outra pessoa.
“Fui à beira da pessoa e disse-lhe que estava a dançar com a minha mulher, para ter um bocado de respeito, e ela disse que não era nada comigo e sentei-me a tomar o café”, afirmou.
Após algum tempo, os dois saíram do local e entraram no seu carro, em direção à sua casa, tendo começado a discutir a meio do caminho.
O arguido contou ainda que, quando chegaram a casa, parou o carro, entrou na habitação e pegou na arma para se matar, mas acabou por disparar sobre a mulher quando esta lhe disse que o irmão deste era o pai do filho mais novo.
“Fiz uma asneira. Não devia ter feito aquilo. Claro que estou arrependido por aquilo que fiz”, disse o homem.
O homicídio ocorreu na madrugada de 3 de junho de 2022, cerca das 01:40, no logradouro da residência do arguido em Escariz, no concelho de Arouca.
A acusação do Ministério Público (MP) refere que algumas horas antes, o arguido tinha visto a vítima na companhia de outro homem, no bar dos Bombeiros de Fajões, o que motivou uma discussão entre ambos.
Os dois ausentaram-se depois do local, na viatura conduzida pelo arguido, até ao logradouro da sua residência, onde continuaram a discutir.
O MP menciona que, a determinada altura, o arguido saiu do carro e foi a casa buscar uma arma de fogo, tendo regressado à viatura e realizado um disparo que atingiu a ex-companheira na cabeça. A mulher foi transportada em estado crítico para o Hospital de Gaia, onde acabou por morrer.
O suspeito colocou-se em fuga a pé, mas foi localizado na manhã seguinte num edifício abandonado em Escariz, onde se refugiou, tendo sido encaminhado para o Hospital da Feira com cortes nos pulsos.
A acusação refere ainda que o arguido efetuou tentativas de disparo sobre si não tendo sido bem-sucedido aparentemente por mau funcionamento da arma.