
O ex-inspetor da Polícia Judiciária Gonçalo Amaral garante que o homem suspeito de ter raptado Madeleine McCann “é parecido, quase igual” a Gerry McCann, o pai da menina inglesa, avança o EXPRESSO.
“Neste momento fala-se de um pedófilo alemão que está condenado a prisão perpétua e que terá assassinado crianças. Aquilo que eu sei é que não é esse”, afirmou o ex-responsável pela investigação do caso ao canal espanhol Cuatro.
De acordo com Gonçalo Amaral, que não revela de onde obteve a informação, o suspeito é também alemão e está detido naquele país por crimes de abuso de menores. Ou seja, não é o mesmo homem que os jornais ingleses divulgaram a fotografia e identidade há poucos meses. O ex-inspetor da PJ de Portimão garante que este novo suspeito foi monitorizado numa conversa online com outros pedófilos. “Há uma conversa entre essa pessoa e outra pessoa onde falavam de Madeleine.”
O Expresso contactou Gonçalo Amaral para tentar saber mais pormenores sobre esta revelação à cadeia espanhola mas o ex-inspetor da PJ não respondeu aos telefonemas e mensagens.
Uma fonte da Polícia Judiciária diz ao Expresso que continua a investigar o caso e que este não está encerrado.
Em maio, a PJ anunciou que estava a seguir uma informação recebida no Reino Unido pela Scotland Yard e enviada recentemente para Portugal relativamente ao caso de Madeleine McCann. Trata-se de uma denúncia feita sobre um estrangeiro que se encontrava em Portugal em maio de 2007, data do desaparecimento da menina inglesa do complexo turístico da praia da Luz, no Algarve.
BKA COLABORA COM A JUDICIÁRIA
O Expresso sabe que a PJ tem verificado todas as informações que recebe do estrangeiro uma vez que é o único órgão de polícia criminal com competência para investigar o caso em território nacional. Os inspetores têm também ouvido várias testemunhas.
Na altura, a Procuradoria-Geral da República confirmou que o caso Madeleine McCann se encontra em curso e “com linhas de investigação ativas”. O inquérito está a cargo da secção de Portimão do Departamento de Investigação e Ação Penal de Faro.
Ainda de acordo com a Judiciária, esta investigação tem sido desenvolvida em articulação com autoridades internacionais, “obedecendo às regras de cooperação judiciária e policial, que as circunstâncias da situação justificam”.
Uma dessas polícias é BKA, uma agência federal de investigações dos governos da Alemanha e Áustria, que está a cooperar com a PJ e com a Scotland Yard neste caso.
A menina inglesa foi dada como desaparecida na noite de 3 de maio de 2007 de um apartamento na praia da Luz onde se encontrava de férias com os pais e dois irmãos. Se estiver viva terá hoje 15 anos.
Os pais chegaram a ser constituídos arguidos no início do caso mas as linhas de investigação seguiram outras direções. As teses de rapto ou de um assalto que correu mal surgem como prováveis entre investigadores da PJ e da Scotland Yard.

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