O movimento cívico Glocal Faro dá conta, em comunicado, que na semana passada os habitantes da cidade de Faro foram surpreendidos com a poda radical e posterior desenraizamento de árvores junto à Praça Ferreira de Almeida, em Faro.
Trata-se das “árvores com várias décadas, que sombreavam um dos principais largos da Baixa da cidade, localizadas na ‘Zona Geral de Proteção do Palacete Doglioni’, que está classificado como IIP – imóvel de interesse público – o que obriga a autorização prévia da Direcção Regional da Cultura para qualquer intervenção no local”, explica a associação, acrescentando que “os farenses reagiram tendo concretizado uma acção onde mostraram a sua indignação”.
O GlocalFaro diz ter requerido “à Câmara Municipal de Faro o projeto, dito de requalificação, que hipoteticamente enquadrará as obras a decorrer no local, já que o mesmo não se encontra disponível no site da autarquia e que a consulta presencial não está assegurada num curto espaço de tempo” e reforça que “seja qual for o projecto, esta retirada de árvores é inaceitável, sendo que acontece numa cidade que tem um dos mais baixos índices de espaço verde por habitante”.
A GlocalFaro não considera que “uma retirada de árvores sádias e adultas constitua uma requalificação urbana”.
Para o movimento “a prática reiterada do executivo camarário farense de tratar as árvores como mobiliário urbano quando elas são património de todos nós, bem como garantia de vida na terra, é revoltante e inaceitável”.
O Glocal Faro congratula-se com “a ação dos cidadãos contra este atropelo e insta uma vez mais a autarquia a proteger o nosso património, promovendo projetos que aumentem a área verde e preservem o arvoredo existente, ao invés de o considerar um estorvo na cidade”.