O Parlamento Europeu (PE) deverá eleger hoje, em Estrasburgo, o eurodeputado socialista luxemburguês Marc Angel para quinto vice-presidente da instituição, em substituição da também socialista grega Eva Kaili, deposta do cargo no âmbito do escândalo de corrupção ‘Qatargate’.
O vencedor da eleição, por maioria absoluta, para o novo quinto vice-presidente da assembleia (entre um total de 14), sendo mantida a ordem estipulada, deverá ser o luxemburguês Marc Angel, candidato do grupo parlamentar dos Socialistas e Democratas (S&D), o segundo maior do PE e que inclui os eleitos pelo PS, ao qual foi atribuído o cargo, na lógica interna de equilíbrio de poderes.
A eurodeputada Eva Kaili, que está em prisão preventiva, foi afastada da vice-presidência do PE em 13 de dezembro, no contexto deste escândalo de alegada corrupção em favor dos interesses do Qatar (mas também implicando Marrocos e a Mauritânia) junto das instituições europeias.
Kaili, detida em 09 de dezembro pela polícia belga, foi igualmente suspensa e posteriormente expulsa do grupo parlamentar dos S&D.
A investigação conduzida pelas autoridades belgas permitiu a apreensão de malas com dinheiro no total de 1,5 milhões de euros e quatro pessoas foram indiciadas pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e participação numa organização criminosa.
A par de Eva Kaili, o assessor e companheiro da eurodeputada grega Francesco Giorgi, o ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri e o dirigente da organização não-governamental (ONG) “No Peace Without Justice” Niccolo Figa-Talamanca são os outros nomes envolvidos no processo.
Em dezembro, e numa reação ao escândalo, a presidente do PE, Roberta Metsola, afirmou que haveria “tolerância zero à corrupção” na instituição, tendo prometido reformas nesse sentido.
Metsola anunciou na segunda-feira que as autoridades belgas pediram o levantamento da imunidade parlamentar dos eurodeputados Andrea Cozzolino e Marc Tarabella, no âmbito da investigação do ‘Qatargate’.
Na terça-feira, o ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri, um dos principais suspeitos do ‘Qatargate’, assinou um acordo de cooperação com a procuradoria federal belga em troca de um ano de prisão efetiva.