Este fim-de-semana, no final de um jogo da liga espanhola de futebol, os adeptos presentes no Estádio de Balaídos foram surpreendidos ao ouvir “Grândola, Vila Morena”. A canção de Zeca Afonso, símbolo do antifascismo e da liberdade, foi a resposta do Celta de Vigo a gestos fascistas feitos pelos ultras do Betis de Sevilha.
A partida terminou com uma vitória do Celta por 3-2, depois de a equipa galega ter estado a perder por 0-2. A reviravolta foi notável, mas não foi o único motivo que marcou a noite de futebol.
Durante o jogo, relatos e imagens de adeptos no estádio denunciaram que alguns membros da claque do Betis realizaram saudações fascistas, um gesto que gerou indignação.
A resposta dos responsáveis do Celta foi inesperada e simbólica: enquanto os adeptos do Betis aguardavam para sair, o sistema de som do estádio começou a tocar “Grândola, Vila Morena”, um dos hinos da Revolução dos Cravos em Portugal.
Segundo a ZAP, a escolha da música não foi por acaso. Na Galiza, assim como em Portugal, a canção de Zeca Afonso é vista como um símbolo de resistência e luta contra o fascismo, reforçando o posicionamento antifascista do clube galego.
Curiosamente, este episódio teve grande repercussão em Portugal, onde a música tem um forte significado histórico. O impacto foi tanto que, nas redes sociais, surgiram vários vídeos do momento, captados por adeptos que ficaram surpreendidos ao ouvir a melodia em Espanha.
Um desses vídeos, partilhado na plataforma X, foi gravado por um adepto português que, sem saber inicialmente o que se passava, ficou impressionado ao ouvir a canção no estádio.
Na publicação, o utilizador revelou que não se tinha apercebido dos gestos na bancada do Betis durante o jogo, mas que a escolha da música chamou-lhe a atenção.
Este episódio não é o primeiro em que um clube espanhol manifesta oposição ao fascismo. A Galiza tem uma forte identidade cultural e política, com movimentos históricos que se alinham com ideais progressistas e democráticos.
Com este gesto, o Celta de Vigo não só celebrou a vitória dentro de campo, mas também reforçou uma posição firme contra manifestações extremistas, utilizando a música como uma poderosa forma de protesto.
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