A Dcoop, reconhecida como a maior produtora mundial de azeite, alertou para possíveis práticas fraudulentas no setor dos azeites refinados. Segundo Antonio Luque, presidente da cooperativa, há suspeitas de que alguns produtos vendidos como azeite de “azeitona” são, na verdade, misturas de azeites de qualidade inferior e de origens variadas. “Estivemos 40 anos calados, mas não vamos permitir que continue assim. A Administração tem de fazer algo, porque até agora não está a ser feito qualquer controlo.” Embora afirme conhecer a identidade dos responsáveis, Luque admitiu, em declarações ao jornal El País, citado pela Executive Digest, que não dispõe de provas suficientes para levar o caso às autoridades.
Os azeites refinados são obtidos a partir de azeite lampante, um azeite virgem de qualidade inferior com acidez superior a 2%. Este produto passa por tratamentos industriais para reduzir a acidez, eliminar odores e ajustar a cor, tornando-o apto para consumo. Contudo, o presidente da Dcoop acredita que algumas destas misturas podem incluir óleos mais baratos, como óleo de girassol, o que violaria os padrões de qualidade exigidos no setor.
Em Portugal, a DECO PROteste realizou novos testes a azeites virgem extra, três anos após a última análise a produtos desta categoria. Apesar de a maioria das amostras testadas apresentar boa qualidade, foi detetado que nem todos os produtos cumpriam os requisitos para a designação “virgem extra”. Entre as 20 amostras analisadas, concluiu-se que o Serrata Clássico não correspondia a esta categoria, sendo, na verdade, um azeite da classe “virgem”.
Comparando com 2021, ano em que três marcas apresentaram problemas, o panorama atual mostra melhorias significativas, com apenas uma marca a falhar nos padrões. Segundo a DECO PROteste, a falta de consistência nos controlos de qualidade ao longo das várias etapas da produção pode explicar estas discrepâncias. Os testes permitiram ainda premiar uma marca com o título de “Melhor do Teste” e distinguir três produtos com a designação “Escolha Acertada”.
Os preços do azeite têm registado aumentos históricos nos últimos anos, causando dificuldades nos orçamentos familiares. Este cenário levou a que o azeite fosse apelidado de “ouro líquido”.
Contudo, dados recentes da Infaoliva, citados pelo jornal El Economista, indicam que os preços estão a descer. Face aos máximos registados em janeiro, já se verificou uma redução de 37%, com o preço do litro a voltar aos cinco euros, algo que não acontecia desde 2023. Segundo a Deoleo, esta tendência de descida poderá continuar, podendo os preços reduzir-se até 50% face aos máximos registados.
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