A Saída do Reino Unido da União Europeia obrigou à Plano de Preparação e Contingência Nacional. O Plano, de Preparação e Contingência, do Governo Português para a Saída do Reino Unido da União Europeia, foi aprovado em Conselho de Ministros no dia 17 de janeiro e identificou as medidas de preparação e de contingência em matéria de direitos dos cidadãos, agentes económicos e investimento que, ao nível nacional, visam minimizar os efeitos e as consequências decorrentes da saída do RU da UE. Pode consultar o Plano AQUI.
Parlamento britânico rejeitou o Acordo de Saída, em votações sucessivas
No dia 29 de março de 2017, o Reino Unido (RU) comunicou a sua intenção de sair da União Europeia (UE) em conformidade com o artigo 50.º do Tratado da União Europeia, dando início a um prazo de dois anos, prorrogado uma primeira vez até 22 de maio, e uma segunda vez até 31 de outubro de 2019, para a concretização dessa saída. Ao sair da União, o RU passará a ser um país terceiro. Esta alteração terá importantes consequências na vida dos cidadãos, das empresas e da administração pública, sendo necessário preparar e adotar as medidas que garantam a melhor transição possível para esta nova realidade.
Desde o início deste processo, a União Europeia e o Governo português mantiveram-se sempre firmemente empenhados em obter um Acordo de Saída que permita uma saída ordenada do RU da UE.
Após uma longa e difícil negociação entre a UE e o Governo do RU, o Conselho Europeu Artigo 50.º de 25 de novembro de 2018 aprovou os textos do “Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia” e da “Declaração Política sobre a relação futura”. Este Acordo assegura uma saída do RU nos termos acordados por ambas as partes, contemplando um período de transição até 31 de dezembro de 2020.
Não obstante, o Parlamento britânico rejeitou o Acordo de Saída, em votações sucessivas, nos dias 15 de janeiro, 12 e 29 de março de 2019. O primeiro pedido de extensão do prazo solicitado pelo governo do Reino Unido no dia 20 de março mereceu a concordância dos 27 Estados membros, que fixaram a data de 22 de maio para a saída. No dia 5 de abril, o governo da então Primeira Ministra Theresa May solicitou, por segunda vez, uma extensão do prazo, estabelecendo-se o dia 31 de outubro como data de saída. A 23 de julho, Boris Johnson foi eleito líder do Partido Conservador, assumindo, por conseguinte, o cargo de Primeiro-Ministro do Reino Unido.
Até à data de saída, o RU continua a ser um membro de pleno direito da União Europeia, tendo participado nas Eleições Europeias de maio de 2019. Os 73 eurodeputados britânicos iniciaram funções no dia 2 de julho, juntamente com os eurodeputados dos outros Estados membros, mas retirar-se-ão assim que o Brexit se consumar.
Neste contexto, o cenário de incerteza relativo ao dia e às condições de saída do RU da UE mantém-se inalterado, não se podendo afastar a probabilidade de uma saída do Reino Unido da UE sem Acordo entre as duas partes.
O Plano de Preparação e Contingência do Governo Português para a Saída do Reino Unido da União Europeia, aprovado em Conselho de Ministros no dia 17 de janeiro, em permanente atualização, identifica as medidas de preparação e de contingência em matéria de direitos dos cidadãos, agentes económicos e investimento que, ao nível nacional, visam minimizar os efeitos e as consequências decorrentes da saída do RU da UE.
Cabe lembrar que as atividades de preparação e de contingência devem resultar de um esforço conjunto, envolvendo os níveis europeu, nacional, regional e local, bem como as empresas/operadores económicos e cidadãos. Com efeito, para uma verdadeira preparação e para uma mitigação dos impactos em qualquer dos cenários, todos os atores devem seguir as recomendações, preparar-se para todas as eventualidades e assumir as suas responsabilidades.
Foram adotadas, ao nível nacional, as seguintes medidas legislativas:
- Lei n.º 27-A/2019, de 28 de março (publicada em Diário da República, 1.ª série, n.º 62, 28 de março de 2019) que aprova medidas de contingência a aplicar na eventualidade de uma saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo, garantindo a manutenção ou a aquisição futura do direito de residência dos cidadãos britânicos que estabeleçam residência em Portugal até à data de saída do Reino Unido da UE e determinando o procedimento a seguir para o efeito. Salvaguarda, igualmente, outros direitos, tais como: i) a frequência de instituições de ensino superior portuguesas; ii) direitos de segurança social; iii) o exercício de atividades profissionais e reconhecimento de qualificações profissionais; iv) o acesso aos cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde, e vi) cartas de condução.
- Resolução do Conselho de Ministros n.º 47/2019 (publicada em Diário da República, 1.ª série, n.º 44, 4 de março de 2019), que autoriza o SEF a realizar despesas para o ano de 2019, de acordo com as medidas previstas no Plano de Contingência para a Saída do Reino Unido da União Europeia.
- Resolução do Conselho de Ministros n.º 48/2019 (publicada em Diário da República, 1.ª série, n.º 44, 4 de março de 2019), que identifica as medidas de preparação e contingência em matéria de agentes económicos, empresas, investimento e turismo que o Governo Português se propõe adotar, necessárias para minimizar os efeitos decorrentes da saída do Reino Unido da União Europeia, traduzindo-se em apoio técnico e financeiro à preparação das empresas e agentes económicos para a saída do Reino Unido da União Europeia.
- No dia 12 de junho de 2019, foi celebrado, em Lisboa, o Acordo entre Portugal e o Reino Unido para garantir a participação em eleições locais de nacionais de cada um dos Estados residentes no território do outro. Por Portugal, o acordo foi assinado pela Secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias. Pelo Reino Unido, assinou o Secretário de Estado do Departamento para a Saída da União Europeia, Lord Callanan. Na ocasião, ambas as partes sublinharam a importância deste acordo no contexto do contínuo reforço das relações bilaterais PT-RU, apesar da saída deste último da UE, bem como o seu inegável significado para um dos valores mais caros a ambas as partes, a preservação dos direitos dos cidadãos de ambos os países.
Se precisar de esclarecimentos sobre o BREXIT, o Call Center “Europe Direct Contact Centre” (telefone: 00 800 67891011) – serviço da União Europeia destinado aos cidadãos, empresas e outros interessados, foi reforçado para incluir esclarecimento de perguntas sobre o Brexit. Funciona de segunda a domingo das 8 às 17 horas nas seguintes línguas: inglês, francês, alemão, italiano e espanhol. Pode também contactar o seu centro EDirect no Algarve europedirect@ccdr-alg,pt
(CM)