O responsável pela diplomacia na União Europeia (UE), Josep Borrell, comparou esta quarta-feira perante o Parlamento Europeu dois números muito discrepantes: ao mesmo tempo que a UE disponibilizou mil milhões de euros de apoios à Ucrânia desde o início da guerra, de forma a que este país se pudesse defender da invasão russa, Moscovo recebeu no mesmo período um montante 35 vezes maior, como pagamento pela energia que fornece ao Velho Continente.
“Mil milhões de euros pode parecer muito, mas mil milhões de euros é o que pagamos a Putin todos os dias pela energia que nos fornece. Desde o início da guerra, demos-lhe 35 mil milhões de euros”, declarou Josep Borrell.
Esta discrepância serve como alerta, numa altura em que o bloco europeu decidiu avançar com novas sanções para penalizar o gigante de leste, depois de terem sido conhecidos ataques nos arredores de Kiev que o presidente ucraniano, Volodomyr Zelensky, descreveu como “genocídio”.
Os chefes da diplomacia francesa e alemã já vieram defender que as novas sanções em debate no seio da União Europeia contra a Rússia “terão de integrar o petróleo e o carvão”, a 5 de abril. A Comissão Europeia propôs esta terça-feira uma proibição de importação pela União Europeia (UE) de carvão russo, que vale à Rússia quatro mil milhões de euros por ano, e a expulsão de quatro bancos russos do mercado financeiro europeu.
Os economistas ouvidos pelo Expresso defendem que a Europa tem de cortar no gás e petróleo russos para ser eficaz em novas sanções.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL