Especialistas do do Instituto Ricardo Jorge (INSA) consideram que é cedo para levantar as restrições e que ainda não há margem para compensar o aumento do contágio.
Os responsáveis pelos cálculos estatísticos da evolução da pandemia da covid-19 em Portugal temem que o levantamento das restrições feito cedo demais possa fazer subir o valor do “R” (número médio de pessoas a quem cada doente infetado transmite a doença). Ou seja, a margem de manobra é ainda muito reduzida e, se os portugueses não adotarem uma postura de conteção, pode correr mal.
Avança o Observador que na semana passada, numa reunião entre os principais especialistas do país e a elite política portuguesa dedicada à pandemia da covid-19 já se tinha abordado o assunto. É preciso reduzir o “R” no país para um valor abaixo de 0,7 para que Portugal possa começar a pensar em aliviar as medidas de restrição em segurança.
Portugal apresenta atualmente um valor de 0,9, que por vezes oscila, mas se mantém nesta média. Se este valor for superior a 1, então o surto aumenta de dimensão. E a verdade é que estamos “na corda bamba”, portanto, adotar as medidas de segurança e higiene é crucial para que o surto não ganhe novas dimensões.
O nosso país registava ontem 1.043 mortos relacionadas com a covid-19, mais 20 do que no que sábado, e 25.282 infetados (mais 92), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção Geral da Saúde.