Os céus, das praias do Algarve, cobrem-se de laranja e enchem-se de fumo, proveniente do incêndio, que iniciou na Serra de Monchique e já se alastra pelos Municípios de Silves e de Portimão. A Direcção-Geral da Saúde (DGS) veio alertar, esta quarta-feira, 8 de Agosto, para o perigo que é a inalação de fumos, ou de substâncias. Estas podem provocar danos nas vias respiratórias e, nesse sentido, a DGS emitiu uma lista de recomendações sobre como agir nessa situação. Em comunicado lê-se: “existem lesões de inalação devidas ao calor que provocam obstrução e risco de infecção. Além da lesão pelo calor, há possibilidade de lesão pelas substâncias químicas do fumo que provocam inflamação e edema com tosse, broncoconstrição e aumento das secreções”.
Segundo a mesma fonte, as crianças, os doentes respiratórios crónicos e os idosos são a população mais vulnerável. A DGS acrescenta ainda que existe a possibilidade de surgirem lesões mais tardias e de maior gravidade, com destruição celular, que podem mesmo causar, em casos extremos, a falência respiratória.
De maneira a evitar estes problemas, a instituição aconselha a que a população permaneça no interior dos edifícios, sendo “a forma mais efectiva de prevenir danos”. Nos casos em que já se confirmou a inalação de fumos, a pessoa em questão deve ser retirada do local, permanecendo longe da exposição do calor.
Os “sinais de alarme”, resultantes da exposição, são queimaduras faciais, dificuldade respiratória ou alteração do estado de consciência.
Ainda no mesmo comunicado, a DGS chama a atenção para o “mito do leite”, afirmando que este “não é um antídoto para o monóxido de carbono. Não vem descrita em artigos científicos a sua utilidade”.