Um técnico do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) foi detido sob suspeita de envolvimento em crimes de burla informática.
Como nos conta o Pplware, as acusações indicam que o indivíduo, aproveitando-se do acesso privilegiado que detinha, terá indevidamente utilizado chaves móveis digitais dos cidadãos para realizar ações fraudulentas, comprometendo a segurança do sistema informático interno do Ciclo de Vida do Cartão de Cidadão.
O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) realizou buscas na residência e no local de trabalho do detido, tendo este sido identificado como um técnico informático do IGFEJ. As averiguações sugerem que, desde meados de 2022, o arguido terá recorrido a nomes de utilizadores e palavras-passe de funcionários do Instituto de Registos e Notariado (IRN), obtidos através das suas funções, para manipular chaves móveis digitais associadas aos números de telemóvel de várias pessoas.
O suspeito, sem o conhecimento das vítimas, terá utilizado estas chaves móveis digitais para autenticação eletrónica em diversas entidades públicas e privadas. Aproveitando-se desta fraude, abriu contas bancárias e contraiu empréstimos financeiros em nome das vítimas, causando prejuízos tanto aos lesados quanto às instituições mutuantes. Os benefícios patrimoniais exatos obtidos pelo detido ainda não foram completamente determinados.
O indivíduo enfrenta acusações que podem configurar crimes de abuso de poder, burla informática qualificada, falsidade informática e acesso ilegítimo. O DCIAP revelou que a denúncia inicial partiu da Agência para a Modernização Administrativa (AMA), do IRN e do próprio IGFEJ.
Após as diligências iniciais, o detido será presente ao juiz de Instrução Criminal para a aplicação de medidas de coação. Este episódio levanta questões cruciais sobre a segurança dos dados pessoais e destaca a importância contínua de reforçar as salvaguardas contra atividades ilícitas no universo digital.
O caso evidencia a vulnerabilidade potencial dos sistemas informáticos, mesmo em instituições que se presumem altamente seguras. À medida que a tecnologia avança, a necessidade de medidas robustas de segurança e vigilância torna-se cada vez mais premente, garantindo a confiança dos cidadãos nos serviços digitais e protegendo os seus dados sensíveis de manipulação indevida.
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