Duas raparigas de 19 e 23 anos são as principais suspeitas do macabro homicídio de Diogo Gonçalves, jovem de 21 anos, residente na Guia, concelho de Albufeira.
Depois de detidas, as duas suspeitas, que mantinham uma relação amorosa entre si, terão confessado a autoria do crime, que ligaria os três num aparente triângulo amoroso.
Esta tarde, as duas detidas vão ser apresentadas ao Tribunal de Portimão para aplicação das medidas de coação.
O diretor da Polícia Judiciária de Faro, António Madureira, disse ao POSTAL que as mulheres são de “nacionalidade portuguesa” e que “não residem em Albufeira”.
“Havia muita especulação de que seriam de outra nacionalidade. Normalmente não revelamos porque achamos que isso é irrelevante. A nacionalidade não define o caráter, mas estava a criar-se uma onda de especulação e decidimos revelar”, afirmou.
A cabeça do jovem de 21 anos foi encontrada perto de um lago no Pego do Inferno, no concelho de Tavira. Ao mesmo tempo, o corpo decapitado e amputado de membros foi resgatado da base de uma arriba junto à Fortaleza de Beliche, na outra ponta da região, em Sagres, a cerca de 150 quilómetros de distância.
Segundo avança António Madureira, o jovem “foi morto por asfixia, na casa de uma das envolvidas. Foi numa das casas das pessoas envolvidas neste triângulo”.
Provavelmente, o corpo terá sido depois transportado no carro da própria vítima.
O diretor da PJ explica que “para se desfazerem do corpo, as mulheres terão cortado algumas partes e abandonado em diversas partes do Algarve”.
As jovens estavam socialmente integradas e nada faria esperar que cometessem um crime desta natureza. “Eram pessoas com emprego normal, regular e com família. São pessoas dentro dos padrões da normalidade e não havia indícios de que tivessem alguma atividade mais marginal”, afirmou o diretor da PJ, ao nosso jornal.
Segundo António Madureira, “pelo menos uma das mulheres conhecia a vítima”.
As motivações económicas parecem estar na base deste crime macabro. “A motivação que nos parece mais lógica das informações que temos é de que as jovens quereriam apropriar-se de quantias monetárias que o rapaz teria”, mas poderá “eventualmente existir alguma motivação pessoal, no entanto, essa ainda não conseguimos descortinar muito bem, mas admitimos que não tenham sido só motivações económicas”.
Recorde-se que a mãe de Diogo Gonçalves foi atropelada mortalmente, em 2016, o que levou a que o jovem recebesse uma indemnização de cerca de 70 mil euros.
Quanto ao possível envolvimento de outras pessoas no crime, o diretor da PJ salienta que, até ao momento, não existe nenhuma indicação nesse sentido.
“Neste momento não temos nenhuma indicação nem nada que nos leve a acreditar que haverá mais envolvidos. Estamos convencidos de que não haverá, no entanto, a investigação é dinâmica”, afirmou.
“Ainda estamos a fazer algumas diligências, a recolher alguns elementos de prova que sustentem aqueles que já temos e que achamos que são fortes. Estamos convencidos que terá sido só com a intervenção das duas senhoras”, defendeu.
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