O Algarve sofreu em março um aumento do desemprego em 41,3% em relação ao mesmo mês de 2019. São agora 21.636 desempregados, contra os 15.305 do ano passado.
A economia algarvia está, quase na totalidade, ligada ao turismo e a pandemia do novo coronavírus está a afetar bastante o setor. Por esta razão, e mesmo com um eventual abrandamento das medidas de contenção, a partir de maio, o verão não será tão bom como em anos anteriores. Os empresários pedem medidas de apoio, a começar pelo alargamento do lay-off para um período de um ano.
Elidérico Viegas, presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), afirma que “tínhamos acabado de sair da época baixa, que é um período deficitário em termos de caixa, e quando nos preparávamos para reiniciar a atividade em força acontece isto. A retoma nunca vai acontecer antes da Páscoa de 2021”.
O empresário estima que, até agora, exista uma perda de faturação entre 300 e 400 milhões de euros, como avança o Expresso. A incerteza pairá e não se sabe ainda quando a aviação voltará a funcionar.
Deste modo, este verão apenas o mercado nacional poderá minimizar o avolumar de prejuízos que estão a acorrer na hotelaria algarvia. Estima-se que a ocupação ultrapasse os 15% ou 20%, quando costuma situar-se acima dos 80%.
Portugal tem queda de 40% no turismo
A situação nas restantes zonas do nosso país acompanham o cenário da região algarvia. Portugal é dos países europeus onde o turismo internacional mais caiu este ano, com uma queda estimada em 40% no número de visitantes, apenas superada por Espanha e Itália, de acordo com estudo da Oxford Economics.
No nosso país, deverão registar-se menos sete milhões de entradas internacionais este ano, em comparação com 2019. Portugal é ainda um dos países onde o Produto Interno Bruto (PIB) mais depende do turismo, num total de 16,5%, segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo.
As previsões apontam que os níveis de viagens internacionais registados em 2019 não se restabeleçam antes de 2023.
Num momento de incertezas em todo o país, existem agregados familiares inteiros dependentes do turismo, afirma hoje à Lusa Eduardo Santander, que lidera a entidade responsável pela promoção e divulgação da Europa enquanto destino turístico e da qual faz parte o Turismo de Portugal.
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