Este mês de eventos astronómicos tem um arranque relativamente lento, sendo a Lua Nova de dia 6 a primeira efeméride relevante. Mas como esta fase lunar ocorre quando a Lua está na direção do Sol é-nos impossível observa-la.
Marte é outro astro que por estes dias se encontra na direção do Sol. Mas enquanto a Lua é visível (apesar de com grande dificuldade) um dia após a Lua Nova, se quisermos observar Marte teremos de aguardar até à última semana do mês.
Dia 8 ocorrerá o pico de atividade da chuva de estrelas Dracónicas, pequenas rochas e poeiras que o cometa Giacobini-Zinner foi perdendo ao longo do seu percurso pelo Sistema Solar. Este é um evento fraco que não permitir observar mais do que uma dezena de meteoros por hora.
Ao início da noite de dia 9 iremos presenciar o pôr da Lua junto ao planeta Vénus.
Na madrugada de dia 13 terá lugar o quarto crescente na constelação de Sagitário. No dia 14 a Lua já se terá deslocado até junto de Saturno e um dia depois será vista à esquerda de Júpiter. Atualmente estes planetas encontram-se na constelação do capricórnio
A Lua Cheia dar-se-á no dia 20 na constelação dos Peixes. Um dia depois tem lugar o pico de atividade da chuva de estrelas Oriónidas. No entanto por suceder tão próximo da Lua Cheia, a cada hora não deveremos contar com mais de uma quinzena destes restos do cometa Halley.
Ao longo de todo o mês poderemos apreciar como o famoso Triângulo de Verão constituído pelas estrelas Altair (a cauda da constelação da Águia), Deneb (a cauda da constelação do Cisne) e Vega (na constelação da Lira) nos vão aparecendo cada vez mais baixo no céu.
Na madrugada de dia 25 o planeta Mercúrio atingirá a sua maior elongação (afastamento relativamente à direção do Sol) para oeste.
Na noite de dia 28 chega o quarto minguante. No dia seguinte comemorar-se-á o 30º aniversário da passagem da sonda norte-americana Galileo (que tinha como destino o planeta Júpiter) sobre o asteroide Gaspra. Assim foi possível conhecer um pouco melhor este asteroide rochoso.
Neste mesmo dia 29 o planeta Vénus atingirá a sua maior elongação para leste. Esta efeméride ocorre na véspera do 40º aniversário do lançamento da sonda soviética Venera 13 com destino a Vénus. Esta sonda era constituída por um módulo orbital e outro de aterragem, o qual sobreviveu cerca de duas horas na agreste superfície venusiana, sendo aliás a primeira sonda a gravar os sons de um outro planeta que não a Terra.
No último domingo de outubro, que este ano coincide com o último dia do mês, voltamos ao horário de inverno. Assim às duas horas da madrugada (hora continental) de dia 31 devemos atrasar os nossos relógios uma hora.
Boas observações!
*Fernando J.G. Pinheiro é investigador do Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e do CITEUC – Centro de Investigação da Terra e do Espaço da Universidade de Coimbra. Os seus domínios de especialização incluem a Astrofísica, Geomagnetismo e Meteorologia Espacial. Para além do seu trabalho de investigador, já exerceu funções nos orgãos sociais da Sociedade Portuguesa, e coordenou o grupo Solar System Science do CITEUC. Para além disto, Fernando Pinheiro é colaborador regular em atividades de divulgação científica.