
A Câmara de Castro Marim lamenta a tomada de posição da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, que transformou uma situação de carácter humanitário num jogo de culpas entre municípios.
Conforme explica em comunicado de imprensa, a autarquia de Castro Marim apelou “à Embaixada da Roménia em Portugal a resolução da situação do grupo de trabalhadores, tendo dirigido o mesmo apelo a outras entidades governamentais, mas das quais, até hoje, não obteve resposta”.
“A Embaixada da Roménia encetou todos os esforços para acolher, com o mínimo de dignidade humana, os 15 cidadãos, garantindo um alojamento que seria, à partida, no município de Castelo Branco, situação que se alterou já durante o translado efetuado pelo Município de Castro Marim. Importa sublinhar que só nesta condição saíram de Castro Marim”, pode ler-se no documento.
A bem da verdade, importa esclarecer que “a autarquia castromarinense só teve em mente uma resposta humanitária, quer no acolhimento, quer na resolução desta situação, e rejeita as acusações de falta de respeito institucional e desconsideração pela saúde da comunidade idanhense”.
A autarquia lembra que foi surpreendida com “a chegada do grupo à vila, tendo sido informada por órgãos de comunicação social. Numa situação deste cariz haverá valores maiores que se levantam e compete às autarquias esclarecer e acalmar as suas populações”.
“A bem da verdade, importa esclarecer as regras de isolamento social não ficaram comprometidas em momento nenhum, tendo os cidadãos já sido testados ao Covid-19, todos negativos, em Elvas, na sua primeira tentativa de passar a fronteira”, esclarece a autarquia e refere que “os cidadãos romenos são seres humanos, são cidadãos europeus e não estavam ilegais em Portugal”.
A Câmara de Castro Marim acredita que “quer o Município de Elvas, quer o Município de Castro Marim, quer o Município de Idanha-a-Nova, fizeram o melhor que puderam, quer em prol das suas populações, quer em prol do grupo de cidadãos romenos, mas rejeitamos tomadas de posição acusatórias e inadequadas ao contexto, que raiaram a xenofobia”.
Quer esta autarquia reiterar “o agradecimento e reconhecimento do esforço e empenho de todos os envolvidos na resolução da situação – a GNR de Castro Marim, a santa Casa da Misericórdia de Castro Marim, o delegado de saúde local e os colaboradores do Município, que fora do âmbito das suas funções, garantiram o bem-estar dos 15 trabalhadores e a melhor resolução do problema”.
“Este, que foi um caso lamentável, devia ser o mote para reflexões diplomáticas Portugal-Espanha, uma vez que já há notícia de que enquanto o espaço aéreo em Portugal está aberto, as fronteiras em Espanha poderão estar fechadas até outubro. Este é um assunto que deve ter solução desde que haja vontade e esforço político nesse sentido”, conclui o executivo castromarinense.
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