O preço do azeite na origem registou uma queda significativa, situando-se abaixo dos 5 euros por quilo, marcando uma redução importante face aos valores históricos alcançados no último ano. Esta descida reflete o alívio na pressão sobre os stocks e uma maior oferta no mercado, embora o impacto nos preços ao consumidor seja menos evidente, segundo análise do elEconomista.
Descida nos preços de referência
De acordo com o observatório Pool Reed da Fundação Olivar, a 2 de dezembro, o azeite virgem extra era negociado a 4,99 euros por quilo, enquanto o lampante, de qualidade inferior, estava nos 4,73 euros. O preço médio das operações situava-se em 4,88 euros, confirmando a quebra abaixo da marca simbólica de 5 euros.
Os produtores identificaram este valor como o “limite razoável” para a campanha atual, tendo em conta os volumes disponíveis e a dinâmica de procura.
Uma pausa no aumento histórico do “ouro líquido”
Nos últimos anos, o preço do azeite disparou globalmente, tornando-se um dos produtos mais onerados nas despesas das famílias portuguesas. A recente redução surge como um alívio, mas o mercado continua a enfrentar incertezas, especialmente relacionadas com:
- A produção total anual;
- O impacto das chuvas de outubro e novembro em regiões áridas;
- A recuperação do consumo após dois anos de preços elevados;
- As condições climáticas que influenciarão as colheitas futuras.
A procura natalícia e as perspetivas de mercado
Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite, antecipa um aumento expressivo no consumo de azeite durante a época festiva, motivado pelo uso à mesa e pela oferta de produtos relacionados. “Esperamos que este ano o consumo de azeite aumente significativamente nesta época, entre o consumo à mesa de Natal […] e os presentes que oferecemos àqueles de quem mais gostamos”, declarou à Lusa.
Apesar da descida recente, a Casa do Azeite ressalva que o preço ao consumidor pode sofrer ajustamentos ao longo da campanha, dependendo da oferta e da procura.
Impacto nas vendas e exportações
Entre janeiro e setembro, os associados da Casa do Azeite registaram uma quebra de 15% nas vendas totais em Portugal. No entanto, as exportações cresceram 17% em volume e 54,2% em valor, de acordo com dados do Eurostat.
O Brasil mantém-se como o principal destino dos azeites embalados de Portugal, representando cerca de 60% da quota de mercado. Espanha e Itália continuam a ser os maiores mercados de destino.
Produção com perspetivas animadoras
A campanha da azeitona beneficia de um clima mais favorável comparado ao ano anterior, estimando-se um aumento de produção entre 15% e 20%, o que poderá elevar a produção total para 180 mil toneladas de azeite.
Embora os preços tenham diminuído na origem, o impacto ao consumidor final poderá não ser imediato ou proporcional. Contudo, este alívio nos custos oferece uma oportunidade para desfrutar do “ouro líquido” português neste Natal, reforçando a presença deste elemento essencial na dieta mediterrânica e na tradição nacional.
Leia também: Aldi lança desumidificador que combate a humidade e seca roupa em 24 horas