Autoridades portuguesas e espanholas desmantelaram uma rede de narcotraficantes liderada por um cidadão espanhol. Este foi alvo de detenção em Lisboa e é presente esta segunda-feira no Tribunal de Évora com outros cinco detidos, para aplicação de medidas de coação.
A Operação Cristal resultou na detenção de oito pessoas, entre elas um português. Assim como na apreensão de uma tonelada (1.000 quilos) de cocaína num veleiro que navegava a norte dos Açores.
Em conferência de imprensa em Faro, o diretor da Diretoria Sul da Polícia Judiciária (PJ), Fernando Jordão, disse que a investigação começou há três anos pelo Departamento de Investigação Criminal (DIC) de Portimão. Esta culminou assim na Operação Cristal, que contou com o apoio da Marinha e Força Aérea portuguesa e do Corpo Nacional de Polícia de Espanha.
“Este foi o primeiro transporte desta organização desde que se fixou em Portugal”, disse o diretor do DIC, Alexandre Branco.
A Operação Cristal começou com a interceção na passada de um veleiro de 14 metros
A Operação Cristal começou assim com a interceção na passada quarta-feira de um veleiro de 14 metros. Esta foi assim feita pelos fuzileiros do Destacamento de Ações Especiais da Marinha a cerca de 200 milhas náuticas (cerca de 316 quilómetros) a norte dos Açores.
A embarcação afundou-se, já depois de os tripulantes e a droga terem sido transferidos para um navio da Marinha.
Além da detenção dos dois tripulantes do veleiro, foram feitas buscas domiciliárias em diversos lugares em Portugal, e foram alvo de detenção mais seis suspeitos.
As autoridades apreenderam ainda uma embarcação de recreio a motor no Algarve que servia para apoio e para o transbordo da droga. Assim como três viaturas, diverso equipamento sofisticado de comunicações e documentação relevante para a investigação. Por outro lado, apreenderam uma “significativa quantidade em numerário”, várias ‘wallets’ de criptomoeda e joalharia e relojoaria “de elevado valor”.
Não foram revelados nomes nem a idade dos detidos
Não foram contudo revelados nomes nem a idade dos detidos, mas avançaram que o líder era um espanhol que se mudou há algum tempo de Espanha para Portugal. Este vivia entre Lisboa e o Algarve, e foi detido na capital portuguesa.
O inspetor da Brigada de Investigação do Crime Organizado da Polícia Espanhola afirmou que o cabecilha dos narcotraficantes é “muito conhecido e com antecedentes” no país vizinho.
Segundo a PJ, foi criada uma equipa de investigação conjunta, entre a PJ e a Brigada de Investigação do Crime Organizado do Corpo Nacional de Polícia espanhola. Ao abrigo do Eurojust, no contexto da cooperação judiciária e policial com as autoridades de Espanha e com a Europol.
Esta equipa conjunta contou também com a colaboração do Maritime Analisys and Operations Centre – Narcotics (MAOC-N).
Os suspeitos, de diversas nacionalidades, nomeadamente, europeias e sul-americanas, entre os quais estão pelo menos um espanhol e um português. De acordo com a mesma fonte, têm antecedentes policiais e judiciais por crimes de tráfico de estupefacientes, branqueamento e associação criminosa.
Os tripulantes do veleiro já foram presentes às autoridades judiciárias em Ponta Delgada e ficaram em prisão preventiva.
O inquérito é titulado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Évora.