O comandante nacional de emergência e proteção civil, André Fernandes, pediu esta sexta-feira a exoneração do cargo por motivos pessoais, disse à Lusa fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
A mesma fonte adiantou que o despacho de exoneração de André Fernandes tem que ser agora assinado pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.
André Fernandes ocupava o cargo de comandante nacional desde dezembro de 2020, quando foi designado pelo então ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita, sob proposta do presidente da ANEPC da altura, José Manuel Duarte da Costa.
A mesma fonte disse ainda que André Fernandes vai regressar à Câmara Municipal de Odivelas como técnico superior de proteção civil.
O atual Governo nomeou um novo presidente da ANEPC, estando José Manuel Moura no cargo desde janeiro.
A noticia da demissão do comandante nacional de emergência e proteção civil foi avançada pelo Diário de Noticias.
Portugal continental com 858 ocorrências até às 18:00
Portugal continental registou entre as 00:00 e as 18:00 deste domingo 858 ocorrências associadas à passagem da depressão Martinho, a maioria por quedas de árvores e estruturas que afetaram sobretudo a Grande Lisboa e a Península de Setúbal.
Fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) detalhou à Lusa que a incidência das ocorrências foi na região de Grande Lisboa e Península de Setúbal, com queda de árvores, queda de estruturas e limpezas de via.
As 858 ocorrências registadas este domingo juntam-se às 8.600 situações registadas nos últimos dois dias, mais precisamente entre as 00:00 de quarta-feira e as 22:00 de quinta-feira, relacionadas com as condições meteorológicas adversas devido à passagem da depressão Martinho, com chuva, vento e agitação marítima fortes.
Num balanço anterior feito este domingo, a autoridade tinha relatado a ocorrência de 185 ocorrências entre as 00:00 e as 12:00.
As 858 ocorrências não contemplam as ocorridas no concelho de Lisboa, que é responsabilidade dos bombeiros sapadores de Lisboa.
A Lusa contactou os sapadores de Lisboa, que remeteram dados para mais tarde, explicando que ainda continuam a ser destacados para ocorrências relacionadas com o mau tempo.
A ANEPC referiu ainda no balanço mais recente que não tem registo de novos feridos.
Entre os feridos associados à passagem da depressão Martinho, destaca-se uma mulher, “com cerca de 30 anos”, que na quarta-feira foi atingida por uma árvore na Lagoa Azul, em Sintra, no distrito de Lisboa, e que se mantém este domingo internada com “prognóstico muito reservado”, informou à Lusa fonte da autarquia.
Em resultado do mau tempo, menos de 1.000 clientes fornecidos pela E-Redes – Distribuição de Eletricidade estavam, pelas 19:30 deste domingo, sem energia devido aos efeitos do mau tempo, revelou a empresa, depois de um pico de 185 mil clientes afetados a nível nacional, devido à passagem da tempestade Martinho, pelas 01:00 de quinta-feira.
A passagem da depressão Martinho, com chuva, vento e agitação marítima fortes, provocou milhares de ocorrências no continente português, na maioria quedas de árvores e estruturas, sobretudo na madrugada de quinta-feira, quando vigoraram avisos meteorológicos laranja, o segundo nível mais grave.
Estradas, portos, linhas ferroviárias, espaços públicos, habitações, equipamentos desportivos, viaturas e serviços de energia e água foram afetados, em especial nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Sul, registando-se um ferido grave e perto de uma dezena de feridos ligeiros.
Na noite de quarta para quinta-feira, os ventos fortes ajudaram a propagar cerca de meia centena de incêndios rurais no Minho, sem registo de vítimas ou danos em habitações, numa época pouco propícia a fogos.
O cenário de chuva e ventos fortes vai manter-se até sábado, segundo as autoridades.
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