O Arquivo Municipal de Loulé é o local escolhido para a apresentação da conferência “A alimentação em Loulé no Período Medieval: um quadro desenhado a partir das atas de vereação de 1384-1488”, no próximo sábado, pelas 15 horas, por Luísa Martins.
A partir das actas de vereação de Câmara do Concelho de Loulé (1384-1488) procura-se interpretar um conjunto de dados que ajude a esclarecer os hábitos alimentares da população louletana no período medieval. Ainda, tenta-se contribuir para a redução do desconhecimento generalizado sobre a alimentação das populações algarvias, não obstante alguns estudos publicados, e clarifica-se se o modelo alimentar predominante terá sido o que se considera actualmente como “dieta mediterrânica”, na qual o consumo da carne é praticamente ausente, ou se este alimento detinha lugar importante no quotidiano alimentar das populações. Compreender a importância dos alimentos no quadro da economia e da sociedade no seu contexto cultural e religioso, e ainda, na política de gestão pública de um município é também um dos principais vectores deste trabalho.
Percurso de Luísa Martins
Luísa Fernanda Guerreiro Martins doutorou-se em História (estudos africanos e da presença portuguesa em África). Actualmente exerce funções de coordenação da Equipa de Projecto de Intervenção Cultural e Promoção da Cidadania na Câmara de Loulé. É investigadora no Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora. No âmbito da pós-graduação em História Regional e Local; dos mestrados em História da Expansão e dos Descobrimentos e de História da Alimentação desenvolve investigação sobre património e história local portuguesa. Participa em colóquios nacionais e internacionais nas áreas de formação académica, colabora com instituições universitárias e apresenta artigos em revistas e edições online. Está a preparar a publicação de alguns textos resultantes dos trabalhos académicos desenvolvidos anteriormente.
Refira-se que para além da promoção do Arquivo Municipal e sua documentação, esta iniciativa pretende dinamizar a exposição “Loulé, 630 Anos de poder local”, bem como esclarecer os hábitos alimentares da população louletana no período medieval.
A entrada é livre.