No coração do Algarve, em Olhão, um peixe pouco conhecido fora da região rivaliza com o bacalhau nas mesas da consoada. Trata-se do litão, um peixe da família dos tubarões, que este ano está em alta, tanto na procura como na produção. A tradição local, preservada por um número cada vez mais reduzido de especialistas, enfrenta agora o desafio de acompanhar a crescente procura.
Francisco Agostinho, com 40 anos de experiência no ofício de secar litão, é um dos últimos três especialistas nesta prática na cidade. O seu trabalho começa com o peixe estendido ao sol, onde permanece durante quase uma semana, antes de ser armazenado para completar o processo de secagem. Este método artesanal, essencial para conferir ao litão a textura e o sabor característicos, é um dos segredos que torna este peixe tão especial para a consoada algarvia, como como referido pela SIC Notícias.
“A corrida à tradição local é confirmada pela escassez nas bancas do mercado”, refere Francisco Agostinho, aludindo à crescente dificuldade em atender às encomendas. O aumento da procura deve-se não só ao apego às tradições natalícias, mas também à valorização de produtos locais e de métodos de produção artesanal.
Um trono disputado com o bacalhau
Embora visualmente semelhante ao bacalhau, o litão possui uma identidade própria e um sabor que conquista os paladares mais exigentes. Em Olhão, o peixe seco é mais do que um prato típico; é um símbolo de identidade cultural que atravessa gerações.
No entanto, nem todos os que procuram litão nesta época festiva conseguem garantir o produto a tempo da consoada. O processo demorado e a escassez de produtores tornaram este peixe um artigo de luxo para alguns consumidores do Algarve.
Ainda assim, o litão mantém o seu lugar de destaque à mesa, reforçando a importância de preservar tradições locais que dão vida a pratos únicos e repletos de história.
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