O Alentejo é uma região rica em património, história e cultura, sendo o cenário onde se encontram alguns dos monumentos e infraestruturas mais fascinantes e emblemáticos de Portugal. Entre estes, destaca-se o Castelo de Arraiolos, localizado na vila homónima, no distrito de Évora. Este monumento nacional é especialmente conhecido pela sua forma circular, algo muito raro em todo o mundo.
Esta fortificação é um verdadeiro prazer para os sentidos, distinguindo-se pela sua arquitetura singular, que combina elementos românicos e mouriscos de forma cativante. A forma circular rompe com o modelo tradicional dos castelos, tornando este monumento ainda mais marcante. Ao aproximar-se, é impossível não ficar impressionado com as muralhas imponentes que se erguem contra o céu alentejano.
O castelo foi mandado construir no início do século XIV pelo rei D. Dinis, que concedeu o foral à vila em 1305. Erguido no alto do Monte de São Pedro, ocupava uma posição estratégica sobre a paisagem circundante. A fortaleza tinha como principal objetivo proteger a vila e as terras agrícolas em redor, que eram muito produtivas. A estrutura adapta-se ao terreno e tem uma planta circular com cerca de 250 metros de perímetro.
As muralhas do castelo contam com 13 torres quadrangulares e uma torre de menagem circular, que servia de residência aos alcaides. No interior, havia uma cisterna para armazenar água e uma capela dedicada a Nossa Senhora da Assunção.
Uma das características mais interessantes desta fortificação é a possibilidade de percorrer as suas muralhas, que oferecem vistas deslumbrantes sobre Arraiolos e a envolvente paisagem alentejana. No interior, encontra-se um pátio central com arcos elegantes e detalhes decorativos, proporcionando um espaço tranquilo onde é possível admirar a imponência do castelo.
Ao longo dos séculos, o castelo foi alvo de alterações significativas, especialmente entre os séculos XV e XVI, para se adaptar às novas tecnologias militares da época. Nessa altura, foram construídas barbacãs, baluartes e canhoneiras, reforçando a defesa da estrutura. Contudo, com o passar do tempo, o castelo perdeu importância e foi progressivamente abandonado, com os habitantes a deslocarem-se para a vila.
No século XIX, o castelo foi classificado como Monumento Nacional e alvo de intervenções de restauro. Já no século XX, foram realizadas várias campanhas arqueológicas e de conservação, permitindo recuperar parte da sua traça original e do seu valor histórico.
Após visitar o castelo, não deixe de explorar a vila de Arraiolos, uma das mais antigas e encantadoras do Alentejo. Esta vila é famosa pelos seus tapetes bordados à mão, uma tradição secular que se transformou num símbolo da cultura local. Os tapetes de Arraiolos são feitos com lã sobre tela de juta ou linho, exibindo padrões geométricos, figurativos ou florais inspirados na arte renascentista, islâmica e popular.
Recomenda também a nossa fonte, a Vortexmag, que faça uma visita ao Museu dos Tapetes de Arraiolos, onde poderá apreciar uma coleção de tapetes antigos e contemporâneos, assim como observar artesãos a trabalhar e, se desejar, adquirir um exemplar.
Para além dos tapetes, a vila oferece outros pontos de interesse, como a Igreja Matriz de Arraiolos, do século XVI, o Convento dos Loios, fundado pelo cardeal D. Henrique, e o Pelourinho de Arraiolos, com a sua forma octogonal. A vila é também um excelente ponto de partida para explorar a paisagem alentejana, caracterizada por campos de trigo, vinhas, oliveiras e sobreiros.
Não deixe de fazer passeios a pé, de bicicleta ou de carro para apreciar a beleza natural e a serenidade da região. Por fim, a gastronomia local é também bastante famosa, destacando-se pratos como a sopa de cação, o ensopado de borrego, as migas com carne de porco e os doces conventuais.
Foto DR
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